Às vésperas da viagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à China, o país asiático decidiu nesta quinta-feira (23) retomar a compra de carne bovina brasileira. A informação foi confirmada por membros do governo Lula e pela embaixada da China no Brasil.
As exportações de carne bovina estavam suspensas após a confirmação de um caso de mal da vaca louca em um animal em Marabá, sudeste paraense.
Segundo o Ministério da Agricultura, a decisão vale para animais abatidos a partir desta sexta-feira (24). | Agência Brasil
No fim de
fevereiro, foram suspensas temporariamente as exportações de carne bovina para
a China após a confirmação de um caso de mal da vaca louca em um animal em
Marabá (PA).
A suspensão
ocorreu devido a um protocolo de 2015 assinado pelos dois países que estabelece
um autoembargo nas vendas à China quando uma nova ocorrência de vaca louca encefalopatia espogiforme bovina é identificada no Brasil.
Integrantes
do Ministério da Agricultura e Pecuária embarcaram para a China no começo da
semana numa comitiva junto com empresários do setor.
Antes da
viagem, os técnicos da pasta já haviam fornecido todas as informações
relevantes sobre o caso à China, mas a retomada das exportações ainda dependia
de decisão do parceiro asiático.
Uma análise
de técnicos do Ministério da Agricultura concluiu, no início de março, que o
caso de Marabá foi "atípico ocorrido por causas
naturais em um único animal de nove anos de idade e com todas as providências
sanitárias adotadas prontamente.
Nesta quinta,
a embaixada da China divulgou que "após a avaliação da Administração Geral
das Alfândegas da China, é decidido que a China retomará a importação de carne
bovina brasileira desossada com menos de 30 meses de idade a partir de 23 de
março de 2023".
A comitiva
para a China tem cerca de cem empresários convidados pelo Ministério da
Agricultura sendo que 43 são do
setor de carnes, como Joesley e Wesley Batista, executivos da J&F,
controladora da JBS.
Os custos de
viagem e hospedagem serão pagos pelos empresários, segundo o Ministério da
Agricultura. A viagem presidencial à China será entre 26 a 31 de março.
O Brasil
produziu 26 milhões de toneladas de carnes bovina, suína e de frango no ano
passado, 4% a mais do que em 2021. A participação do mercado externo na
produção brasileira vem aumentando. No ano passado, 28% das carnes "in
natura" foram para o mercado externo, acima dos 27% de 2021.
Os dados de
produção são do peso das carcaças obtidos pelo IBGE (Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística); os de exportação, da Secex (Secretaria de Comércio
Exterior).
Além do fim
do embargo às exportações de carne bovina brasileira, membros do governo
esperam que, durante a visita de Lula, a China autorize mais frigoríficos
brasileiros a exportarem para o país.
Desde 2019, o
gigante asiático não concede novas certificações para que empresas brasileiras
possam exportar carnes bovinas, suínas e de frango.
Autor:Thiago Resende/Folhapress
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