“Minha prioridade este ano é aprimorar o combate à desinformação para entregar para a próxima gestão da Justiça Eleitoral uma situação mais regulamentada”. A afirmação é do presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes, durante reunião com os assessores de comunicação de todos os Tribunais Regionais Eleitorais (TREs) do país.
Ministro Alexandre de Moraes fala para jornalistas que assessoram os Tribunais Regionais Eleitorais brasileiros. Foto: TSE
O ministro participou da abertura do II Encontro Nacional de Comunicação
da Justiça Eleitoral na manhã desta quarta-feira (15) na sede do TSE, em
Brasília. Durante três dias de programação, os assessores vão discutir
estratégias para tornar a comunicação com a sociedade cada vez mais eficiente.
Uma das frentes de atuação informada pelo presidente do TSE é no sentido
de buscar regulamentação junto ao Congresso Nacional para que, a partir das
próximas eleições, não seja necessário atuar contra a desinformação dependendo
apenas de resoluções do Tribunal. Moraes também informou que, em breve, vai se
reunir com os representantes de todas as plataformas e redes sociais para
ampliar e consolidar parcerias no sentido de facilitar esse combate às notícias
falsas.
Uma saída, segundo o ministro, é que as plataformas passem a tratar
discursos de ódio contra pessoas e instituições e ataques à democracia da mesma
forma como tratam crimes graves como pedofilia ou racismo.
Diariamente as plataformas usam inteligência artificial por meio de
algoritmos e equipe especializada para impedir publicações com esse teor,
portanto, “o combate à desinformação deve ser exatamente da mesma forma”,
destacou.
Avaliação
“Precisamos avançar com cada um identificando o que funcionou e, ao
mesmo tempo, onde falhamos, reconhecer o que deu errado para enxergar no que a
gente pode melhorar e para que os efeitos sejam menores a cada eleição”, disse
o ministro, ao lembrar que há prazo razoável para trabalhar o tema e há
expertise suficiente adquirida ao longo do tempo e dos ataques sofridos nos
últimos anos.
“Em 2018 fomos surpreendidos, em 2020 melhoramos, em 2022 demos mais um
passo e vamos evoluindo. Agora temos o desafio de aprender a lidar com a
máquina da desinformação, entender como o mecanismo funciona e combater de
forma mais efetiva”, asseverou.
Principais desafios
Entre os desafios apontados pelo ministro é conscientizar as pessoas
sobre o código-fonte, por exemplo. Ele lembrou que até hoje escuta pessoas
questionarem o motivo pelo qual não foi concedido acesso público ao
código-fonte, sendo que o acesso foi dado durante um ano antes das eleições a
diversas instituições e, inclusive, temos relatório das Forças Armadas reconhecendo que não houve qualquer fraude nos
sistemas da urna.
Moraes apontou que as instituições trataram o assunto de forma
tradicional, enquanto do outro lado havia agressividade na desinformação e
narrativa montada para fazer lavagem cerebral e enganar as pessoas.
Em situações semelhantes, segundo o ministro, a estratégica tem que ser
mais agressiva e descomplicada. “Em alguns casos a gente quer divulgar e se
comunicar achando que do outro lado as pessoas são razoáveis e nem sempre são.
É preciso fazer uma ‘deslavagem’ cerebral com a informação correta”, finalizou.
Fonte: Site do TSE
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