No início desta semana, um caso da doença “Vaca louca”, que atinge os gados e pode ser transmitida para os seres humanos por meio da carne, foi confirmado no Pará. Com isso o animal infectado foi sacrificado e o resto do rebanho está sendo monitorado.
📷 Ministro garantiu transparência |Valter Campanato / Ag. Brasil
Com a confirmação do caso, a
preocupação do mercado começou a girar em torno da possibilidade de aumento no
preço da carne. Mas, o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro,
garantiu que o valor do alimento não vai subir.
“Em hipótese alguma, faríamos
qualquer tipo de manipulação de mercado para afetar nossas relações
internacionais com a China, em detrimento de querer abaixar por alguns dias o
preço da nossa carne [por meio do aumento da oferta interna]. O Brasil é um
país de princípios, que respeita o mercado, que garante credibilidade nas suas
relações e nunca participaria de nenhum tipo de ação como essa”, declarou o
ministro em entrevista à Agência Brasil.
Na entrevista, o ministro
atribuiu os boatos sobre o aumento da carne ao grupo que faz oposição ao
governo e pediu que as pessoas fiquem atentas para não caírem em fake news.
“Esse é um discurso, uma
retórica bolsonarista, de quem não quer o bem do Brasil, de quem gosta de
plantar fake news. Peço à população. O Brasil é um país eficiente, moderno,
transparente, com regras claras. Não acreditem em mentiras. Não acreditem em
fake news”, disse Fávaro.
Além disso, Carlos Fávaro
garantiu que os alimentos que estão sendo comercializados são seguros e não há
qualquer risco ao consumidor brasileiro.
“O consumidor brasileiro pode
ter certeza. Nosso sistema [de vigilância sanitária] é eficiente. Temos
segurança de que não há risco nenhum de contaminação”,afirmou o ministro.
Teste fora do Brasil
Segundo o ministro, uma amostra
retirada do animal infectado aqui no Pará foi enviada ao Canadá para confirmar
se o caso registrado é atípico, ou seja, que foi gerado de forma natural, sem
risco de transmissão. O resultado deve sair na próxima semana.
Fávaro ressaltou que a fazenda
onde o caso foi registrado, em Marabá, no sudeste do Pará, vai poder voltar a
comercializar o gado assim que o resultado for confirmado pelo laboratório
canadense.
“É importante ressaltar que o
Brasil até hoje só teve casos atípicos da doença. O animal não comia ração, só
foi criado em pasto numa pequena propriedade e já era considerado idoso, com 9
anos. Não há sintomas em nenhum outro animal de rebanho que conviveu com ele.
Tudo isso indica que [o caso de vaca louca] é uma evolução natural da
degeneração de células [do sistema nervoso] que alguns indivíduos apresentam.
Por isso, a expectativa é que deva ser considerado mais um caso atípico”,
declarou.
Exportação
Uma das preocupações do governo
é com a exportação do alimento, especialmente para a China, que corresponde a
quase 60% das vendas para o exterior. A confirmação do caso veio justamente em
um momento em que as exportações para o país estavam em alta.
Em janeiro, a exportação
cresceu 7% na receita e 17% no volume em comparação com o mesmo período do ano
passado. Apesar de reconhecer que a paralisação pode causar prejuízos para a
economia do Brasil, o ministro Carlos Fávaro espera que o processo não demore.
“Já houve casos em que a
exportação [à China] ficou suspensa por 13 dias. A palavra de ordem do
presidente Lula, que não seria diferente por parte do ministério, é transparência
total na informação, agilidade, cumprir os protocolos. Isso é fundamental para
ter credibilidade, e estamos fazendo isso imediatamente a partir da suspeita”,
afirmou Fávaro.
Com informações do Ig
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