O Psol enfrenta
divergências internas para definir se fará parte do governo do presidente
eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ou se manterá postura independente em
relação à próxima gestão. O presidente Nacional do Psol, Juliano Medeiros, e o
deputado federal reeleito Glauber Braga (Psol-RJ), expuseram visões diferentes
nesta ontem (05/12). A direção nacional vai se reunir no dia 17 para tomar a
decisão.O deputado Glauber Braga e a deputada Sâmia Bomfim defende a independência do PSOL em relação ao governo Lula (Foto: Reprodução/Twitter)
De
acordo com Glauber, pelo indicativo de correntes políticas da sigla que se
posicionaram publicamente, já é possível aferir que o partido terá maioria da
direção nacional para firmar independência em relação à gestão petista.
Segundo
o parlamentar, a posição independente, sem ocupação de cargos no Executivo, é
mais benéfica ao governo para que a sigla possa fazer enfrentamento às
"chantagens do Centrão". "Quando você ocupa cargos como base,
você fala para dentro e perde sua capacidade inclusive de fazer esse
enfrentamento com eles para fora", explicou Braga. A líder do partido na
Câmara dos Deputados, Sâmia Bomfim (SP), também afirma que a maioria defende a
independência.
Juliano
Medeiros, porém, destaca que a decisão só será tomada no próximo dia 17, em reunião
do Diretório Nacional. "Até lá teremos muitos debates sobre as tarefas do
partido a partir de 1º de janeiro. Estou certo de que o Psol não virará as
costas para Lula e para o governo que ajudou a eleger. Vamos ajudar a
reconstruir o Brasil!", escreveu no Twitter.
A
defesa da independência esbarra em outro nome com força interna na sigla, o
deputado federal eleito Guilherme Boulos (Psol-SP), que fez campanha para Lula
e que atualmente compõe a equipe de transição do petista. "Não tenho
dúvidas de que o Psol irá ajudar Lula a reconstruir o Brasil", escreveu
Boulos no Twitter nesta segunda.
A
vontade por independência se dá pelo entendimento de parte do Psol de que há
divergências ideológicas com outros partidos da aliança construída pela
campanha de Lula, e que ser base restringiria a atuação dos parlamentares.
A
partir da posição independente, de acordo com Glauber Braga, a legenda pode
manter suas bandeiras e dar "tratamento eficaz" por meio de
"denúncias permanentes à extrema-direita, à direita neoliberal e aos
partidos que deram sustentação ao governo do presidente Jair Bolsonaro
(PL)".
O
Psol formalizou federação com o partido Rede e as siglas devem caminhar juntas
nos próximos quatro anos. Apesar da junção, o PSOL tem liberdade para aderir,
mesmo que isolado, à posição de independência.
A
federação elegeu 14 deputados para a próxima legislatura, sendo 12 filiados ao
Psol.
O
Psol foi fundado no primeiro governo Lula, a partir de dissidentes do PT que
divergiram do governo. De lá para cá, sempre foi oposição federal.
Com
informações portal O Povo Online
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