No dia seguinte do recital de Messi na classificação da Argentina sobre a Croácia, foi a vez de Mbappé decidir a vitória por 2 a 0 da França sobre Marrocos com uma jogada de habilidade que terminou no segundo gol, marcado por Kolo Muani no momento em que o adversário mais pressionava.
A Copa do Mundo terá um duelo de camisas 10 do mais alto nível no próximo domingo para decidir seu campeão.
Mbappé decidiu a vitória sobre o Marrocos | Reprodução |
Depois de abrir o placar aos cinco minutos do primeiro tempo, a França
tomou pressão e só conseguiu respirar aliviada depois dos 32 da etapa final,
quando saiu o segundo gol. A jogada começou com um passe errado de El Yamiq
recuperado por Tchouaméni, que logo serviu Fofana. O substituto de Rabiot
avançou e tocou para Mbappé. Aí o tempo parou.
Com um único toque na bola, Mbappé tirou o primeiro
marcador. Daí ele tocou para Thuram, que tinha entrado no lugar do hoje pouco
útil Giroud para tentar puxar uns contra-ataques e fortalecer a marcação que o
próprio Mbappé já não fazia mais. Thuram devolveu rápido e o camisa 10 deixou
mais dois marcadores para trás fazendo de cada centímetro de gramado um
latifúndio. Ele chutou, a bola desviou e a sobra ficou para Kolo Muani
completar para o gol.
A jogada de Mbappé é daquelas raras, que só acontecem em times que têm a
sorte de contar com um jogador que crie uma grande chance e produza um momento
de mágica absolutamente do nada. Como é a França, graças a ele. Como é a
Argentina, graças a Messi.
Vale lembrar que até então o jogo contra Marrocos
não parecia ser um desses que terminaria em mágica. A seleção africana desde o
início com sua linha de cinco defensores e depois com outras estratégias procurou
tirar o espaço do camisa 10 da França com ajustes milimétricos de marcação. A
bola não chegava e quando chegava era mascada, difícil e impedia a progressão.
Tanto é que as estatísticas de Mbappé foram fracas
neste jogo. Os números mostram 25% de passes errados, um único chute a gol,
apenas metade dos duelos pessoais vencidos, uma grande chance perdida e três
impedimentos. Isso além das três faltas sofridas e das várias simulações que
irritaram os torcedores marroquinos nas arquibancadas e renderiam enxurradas de
memes se fossem feitas por Neymar.
Só que os números são frios e não registram arte, talento, improviso. Ou
melhor, só um número é capaz de traduzir parte do que fez Mbappé: seis dribles
certos contra Marrocos, o recordista do jogo. Um desses dribles foi uma caneta
desmoralizante em Amrabat que só coroou o desempenho do camisa 10 já nos
acréscimos. Boa parte dos outros costurando a defesa de Marrocos num único
lance.
A final da Copa do Mundo será no próximo domingo
(18), às 12h (de Brasília), no estádio de Lusail. De um lado, Messi. De outro,
Mbappé. Talento contra talento.
Autor: Gabriel Carneiro, Igor
Siqueira E Rodrigo Mattos/Folhapress
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