O vice-presidente e senador eleito General Hamilton Mourão (Republicanos-RS) afirmou em entrevista ao jornal O Globo que não existe a possibilidade de fraude nas eleições e se posicionou contra a manifestação de apoiadores do Bolsonaro que fecham estradas em todo o Brasil.
Mourão já conversou com o vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB), para iniciar a transição de cargos (Foto: Marcelo Camargo)
Mourão
disse que "não há o que reclamar" sobre a vitória de Luiz Inácio Lula
da Silva (PT) e que manifestantes bolsonaristas devem "baixar a
bola".
O
vice-presidente Hamilton Mourão (Republicanos) defendeu também, por meio das
redes sociais, nesta quarta-feira (2/11) que uma intervenção militar pedida nas
ruas por manifestantes pró-Bolsonaro deixaria o Brasil "numa situação
difícil perante a comunidade internacional”, e que "as manifestações
ordeiras, em justa indignação, são bem vindas", mas que há modos pacíficos
de fazer "bloqueios" em pautas da esquerda e que é preciso voltar
"muito mais fortes" em 2026.
O
general destacou existir hoje um "sentimento de frustração", mas que
o problema foi motivado após a população ter aceito "passivamente" a
"escandalosa manobra jurídica" que permitiu a candidatura de Luiz
Inácio Lula da Silva (PT), o presidente eleito.
"Brasileiros,
há hoje um sentimento de frustração, mas o problema surgiu quando aceitamos
passivamente a escandalosa manobra jurídica que, sob um argumento pífio e
decorridos 5 anos, anulou os processos e consequentes condenações do Lula.
Agora querem que as Forças Armadas deem um golpe e coloquem o país numa
situação difícil perante a comunidade internacional", escreveu no Twitter.
Mourão
ainda falou em um manifesto que explicaria a força de movimentos à direita.
"As
manifestações ordeiras, em justa indignação, são bem vindas. Vemos nelas
famílias, idosos, crianças…todos pessoas de bem. Está na hora de lançar um
manifesto explicando isso e dizendo que temos força para bloquear as pautas
puramente esquerdistas, além de termos total capacidade de retornarmos muito
mais fortes em 2026. Precisamos viver para lutar no dia seguinte",
publicou.
Por
fim, citou uma frase atribuída a Winston Churchill, ex-primeiro-ministro do
Reino Unido. “Como dizia Churchill, “na derrota temos que ter altivez e sermos
desafiadores”."
Agora
querem que as Forças Armadas deem um golpe e coloquem o País numa situação
difícil perante a comunidade internacional.
Mourão
conversou com o vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB), para iniciar a
transição de cargos de vice bem antes do próprio presidente Bolsonaro reconhecer
de forma indireta a derrota para o petista e autorizar a transição no Poder
Executivo.
Também
hoje, o vice-presidente afirmou que "não há mais do que reclamar"
sobre a vitória de Lula no segundo turno das eleições e se posicionou contrário
à manifestação de apoiadores do presidente e caminhoneiros que fecharam
rodovias em todo o Brasil. Segundo ele, os manifestantes devem "baixar a
bola".
"Nós
concordamos em participar de um jogo em que o outro jogador (Lula) não deveria
estar jogando. Mas, se a gente concordou, não há mais do que reclamar. A partir
daí, não adianta mais chorar, nós perdemos o jogo", reconheceu o
vice-presidente em entrevista ao jornal O Globo.
O
general repetiu ainda que os apoiadores do presidente deveriam ter protestado
quando o petista recuperou os direitos políticos e ficou apto a concorrer às
eleições. E completou não acreditar em fraude nas eleições. "Aceitamos
participar do jogo. Não considero que houve fraude na eleição. Mas um jogador
não deveria estar jogando. Essa é minha visão".
Mourão
comentou sobre a relação dele com Bolsonaro, que passou por mais baixos do que
altos e o caracterizou como uma pessoa "verborrágica".
"Ele
é um sujeito mais incisivo, mais verborrágico, e eu não sou. Minha forma de
fazer as coisas é outra. Ele sempre foi deputado. Na Câmara, se você não se
destaca pela peleia, é engolido. E o papel do Bolsonaro era meter o dedo nos
outros. E ele continua fazendo esse papel. E eu nunca fui disso, eu passei
dessa fase na minha vida".
No
último dia 1°, após o primeiro pronunciamento de Bolsonaro ocorrido dois dias
após o resultado das urnas, Mourão afirmou ter "quase certeza" que o
presidente vai passar a faixa para Lula em 1º de janeiro e afirmou ainda que,
em seu primeiro discurso após o pleito, o presidente reconheceu
"implicitamente" a derrota nas urnas.
O
vice-presidente não foi convidado para o pronunciamento, que ocorreu ontem no
Alvorada, e assistiu o discurso em seu gabinete. Ele explicou sua ausência
dizendo que o discurso foi do candidato Bolsonaro, e não do presidente da
República.
Com
informações portal Correio Braziliense
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