Questionado a respeito das trocas, saídas e demissões de bolsonaristas da Jovem Pan, Antônio Augusto Amaral de Carvalho Filho, o Tutinha, dono do grupo, disse em reuniões internas que "a desobediência civil não sairá do meu bolso".
Proprietário da Jovem Pan, Antônio Augusto Amaral de Carvalho Filho, o Tutinha, afirma que reformulação no quadro de comentaristas do grupo de comunicação tem como objetivo evitar novas multas pela Justiça.
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Tutinha Amaral é o proprietário e atual presidente do Grupo Jovem Pan . | (Foto: Reprodução/Jovem Pan) |
Ele se referia a penalidades que o grupo poderá sofrer caso
comentaristas do canal contrários ao presidente eleito, Luiz Inácio Lula da
Silva (PT), descumpram decisões judiciais e continuem fazendo acusações ao
petista.
O Tribunal Superior Eleitoral determinou que a empresa se abstenha de
promover inserções e manifestações que digam que Lula mente a respeito de ter
sido inocentado pela Justiça, com multa fixa de R$ 25 mil a cada infração. Além
disso, concedeu três direitos de resposta ao petista.
Em editorial, a Jovem Pan disse ter sido censurada.
Dias depois, o jornalista Augusto Nunes dirigiu
ofensas a Lula relacionadas à decisão judicial, como "ladrão",
"ex-presidiário" e "descondenado", que poderiam implicar
punições mais pesadas à empresa. Ele foi então afastado e dispensado da Jovem
Pan.
Outros aliados do bolsonarismo deixaram a emissora
nos dias seguintes, como Guilherme Fiúza, Carla Cecato (que foi apresentadora
dos programas eleitorais de Bolsonaro) e Caio Coppola.
Antes do resultado das eleições, Tutinha já dizia a pessoas próximas que
o cenário já seria ruim para a Jovem Pan com eventual vitória de Bolsonaro,
pois o rigor do STF com o grupo poderia aumentar. Em caso de triunfo de Lula,
que foi o que ocorreu, a situação seria ainda pior.
A ideia com as trocas, segundo vem argumentando
Tutinha, não é a de mudar a orientação ideológica bolsonarista do grupo, mas
colocar nomes que respeitem as decisões judiciais, evitando assim multas e
outras punições.
Para ocupar o espaço de Augusto Nunes, por exemplo,
uma aposta é Fernão Lara Mesquita, ex-diretor do jornal O Estado de S. Paulo.
No lugar de Carla Cecato, que estava afastada, Thiago Pavinatto continuará no
comando do programa Linha de Frente, como mostrou o site Notícias da TV.
Guilherme Seto/Folhapress
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