Com o grande volume de operações no varejo, preços atrativos e consumidores ávidos por ofertas vantajosas, a Black Friday se tornou uma das datas mais visadas por golpistas e estelionatários.
Fique atento para não cair em golpes quando for comprar. Veja as dicas!.
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Este ano a Black Friday será no dia 25 de novembro. | Getty Images |
Especialistas em segurança cibernética e órgãos de proteção ao
consumidor afirmam que a técnica mais utilizada pelos criminosos é a da
engenharia social -uma espécie de manipulação da vítima para descobrir seus
dados pessoais.
Uma pesquisa divulgada no fim de outubro pela
LexisNexis Risk Solutions apontou um crescimento de 37% desse tipo de crime nas
operações online.
"A estratégia é sempre a da engenharia social. O que muda é a forma
como ela chega até as pessoas", detalha o diretor de pesquisa e análise da
Kaspersky para a América Latina Fabio Assolini.
"Os criminosos utilizam email, redes sociais
ou apps de mensagem instantânea. Alguns usam todas as técnicas possíveis, como
comprar palavras-chaves para aparecer nos motores de busca e posts patrocinados
no Instagram. Já tivemos até casos em que compraram anúncio em TV",
continua.
SENSO DE URGÊNCIA
Essa técnica se beneficia da ansiedade das pessoas
e do impulso pela compra. Os recursos mais usados são:
- Relógio ou cronômetro na tela mostrando que o
tempo da promoção vai acabar
Expressões como "Últimos produtos estoque", "É
agora ou nunca"
- Páginas ou recursos que não dão espaço para o
cliente pesquisar
"Esse tipo de estratégia fisga especialmente
aquelas pessoas que já estão dispostas a fazer uma compra e estão com o
dinheiro em mãos", afirma o diretor de fraude e risco da América Latina da
Pomelo, Gilmar Magi.No entanto, a advogada especialista em direito do
consumidor Bianca Caetano lembra que campanhas promocionais legítimas também
podem se utilizar do recurso da urgência. A saída é usar o bom senso e
confirmar a idoneidade da empresa que está oferecendo o desconto.
PREÇOS ABSURDAMENTE
BAIXOS
Descontos agressivos são outra técnica que apelam para o emocional do
consumidor. Quem não ficaria tentado a comprar um produto por um preço
baixíssimo, mesmo quando você nem estava precisando daquilo?Até mesmo lojas
sérias podem vender produtos a um preço muito baixo sem ter estoque. Se a
oferta destoar muito da realidade, desconfie.
LIMITAR AS CONDIÇÕES
DE PAGAMENTO
Se um varejo digital exigir que o pagamento seja
feito apenas via Pix, transferência ou boleto bancário (ou atrelar o desconto a
essas condições), a chance de se tratar de um crime virtual é grande.
"Transações via cartão de crédito podem ser
canceladas rapidamente assim que o cliente perceber um golpe. Mas pagamentos
via Pix, boleto ou transferência dificilmente poderão ser desfeitos. Por isso,
os crimes no varejo virtual preferem utilizar essas formas de pagamento",
alerta Rodrigo Martins, CEO da Voxus, empresa de mídia programática para
pequenos e médios negócios.
Mesmo em pagamentos com cartão você não está seguro. Criminosos podem
simular sites ou atendimentos virtuais para conseguir os dados do cartão e
vendê-los para terceiros.
FORÇAR A TRANSAÇÃO
FORA DE UMA PLATAFORMA SEGURA
Isso é mais comum em marketplaces e geralmente se
mistura com outras técnicas de golpe. Geralmente, o criminoso oferece um
produto muito barato, mas quer concluir a compra fora do ambiente seguro.
Para convencer, oferecem um desconto ainda maior e
alegam que fora do marketplace não vão pagar taxas. Assim, conseguem trazer o
consumidor para outro espaço, onde é mais fácil coletar dados pessoais.
"Nesta época de Black Friday, seremos bombardeados por várias
mensagens alardeando oportunidades de compras. A Febraban [Federação Brasileira
de Bancos] orienta as pessoas a refletir antes de concluir a transação, para
verificar se aquela oferta é verdadeira. Não devemos comprar por impulso",
afirma o diretor do comitê de prevenção a fraudes da Febraban, Adriano Volpini.
ANÚNCIOS E SITES
FALSOS
Quando se trata de golpe, vale tudo para os
criminosos. Você pode receber links falsos através de:
- mensagens SMS ou nos apps de comunicação
instantânea (WhatsApp, Telegram)
- se deparar com posts patrocinados falsos ou
perfis fakes nas redes sociais
- sites falsos nos motores de busca, imitando
páginas de grandes varejistas
- anúncios falsos encaminhados por email
Nem todo mundo percebe a diferença e acaba realizando algum tipo de
cadastro em uma página adulterada ou clonada. Esses dados são então roubadas e
utilizados, posteriormente, em transações verdadeiras. Os criminosos podem
inclusive acessar as redes sociais e emails das vítimas.
"Muitos sites fakes imitam os idôneos, apenas
alterando uma letra, quase que de forma imperceptível. E muitos possuem até
cadeado e https, porque isso não é mais indicativo de que o ambiente virtual é
seguro. Eles apenas atestam que o conteúdo inserido será criptografado. Tem
site fake até com CNPJ, porque os criminosos abrem empresas meses antes da
Black Friday", alerta Fabio Assolini.
FRETE PAGO À PARTE
O comércio tradicional costuma cobrar o frete ao final da
compra. Mas alguns golpistas, na tentativa de pegar os desavisados, geram a
transação do produto no cartão de crédito e uma segunda transação à parte, para
a entrega, geralmente em boleto, Pix ou transferência. Desconfie. "O
cliente nunca vai receber a mercadoria e também vai perder o valor do
frete", orienta Rodrigo Martins, da Voxus.
FOLHAPRESS
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