Pela primeira vez, duas crianças foram diagnosticadas com varíola dos macacos. De acordo com o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), os dois casos não estão relacionados e, provavelmente, o vírus foi transmitido por familiares. O comunicado foi feito na sexta-feira (22/7), um dia antes de a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarar a doença como emergência de saúde mundial.
Segundo as autoridades de saúde norte-americanas, as ocorrências emitem
alerta para todos, pois, embora a varíola dos macacos seja uma infecção
sexualmente transmissível, o vírus pode ser transmitido para qualquer pessoa
que tenha tido contato muito próximo com pacientes infectados.
Uma das crianças diagnosticadas mora no estado da Califórnia, e a outra
é um bebê cuja família não mora nos Estados Unidos e que estava viajando para o
estado de Washington.
O comunicado do CDC detalhou que as crianças passam bem e estão sendo
tratadas com o antiviral tecovirimat, ou TPOXX, como é conhecido. O medicamento
é recomendado pela agência de saúde para crianças menores de 8 anos.
A diretora do CDC, Rochelle Walensky, disse em entrevista ao jornal
Washington Post que os casos têm relação com indivíduos que são da comunidade
de HSH (homens que fazem sexo com homens). No entanto, as investigações sobre a
contaminação em ambos os casos ainda estão em andamento.
Jennifer McQuiston, vice-diretora da Divisão de Patógenos e Patologia de
Alta Consequência do CDC, afirmou em uma videoconferência que não é surpresa
que os casos da doença em crianças estejam sendo registrados. “Embora a maioria
dos diagnósticos ainda seja entre homens que fazem sexo com homens, qualquer
pessoa pode ser contaminada quando há contato físico muito próximo”, destacou.
No caso de crianças, a agência informou que esse contato pode incluir
segurar, abraçar, alimentar e compartilhar itens como toalhas, roupas de cama,
copos e utensílios.
“Como humanos, nossos círculos sociais significam que temos contato com
muitas pessoas diferentes. E, enquanto esse surto está se espalhando
predominantemente em um círculo social específico, creio que fomos alertados
desde o início que poderiam surgir novos casos fora desses grupos. Precisamos
estar vigilantes e nos prepararmos para responder corretamente a essa
situação”, afirmou a vice-diretora da divisão.
No mesmo dia em que o estado de emergência foi decretado pela OMS, o Ministério
da Saúde informou que tem negociado a compra da vacina contra a doença. De
acordo com a pasta, a aquisição será tratada com a Organização Pan-Americana de
Saúde (Opas).
Metrópoles
0 Comentários