Um exame de sangue inédito para avaliar o risco de Alzheimer e contribuir para o diagnóstico da doença, lançado há cerca de um mês nos Estados Unidos, começou a ser oferecido no Brasil. O teste é indicado para pessoas com suspeita de demência ou com comprometimento cognitivo leve e consegue detectar a presença de biomarcadores do Alzheimer no organismo. A nova modalidade foi lançada no país pela rede de saúde integrada Dasa e já está disponível nos laboratórios da empresa.
O teste é indicado para pessoas com suspeita de demência ou com comprometimento cognitivo leve e consegue detectar a presença de biomarcadores do Alzheimer no organismo.
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A nova modalidade foi lançada no país pela rede de saúde integrada Dasa e já está disponível nos laboratórios da empresa. | ( Reprodução ) |
O exame utiliza uma tecnologia chamada
espectrometria de massas, que envolve uma máquina para identificar moléculas
específicas em uma determinada amostra. Assim, a novidade procura, no sangue do
paciente, por dois tipos da proteína beta-amiloide: a 40 e a 42. Isso porque as
placas formadas por esses compostos no cérebro são alguns dos principais
biomarcadores do Alzheimer, junto àquelas compostas pela proteína TAU. Ambas já
foram ligadas, em estudos anteriores, ao estímulo de uma via neuronal chamada
C/EBP/AEP, que, por sua vez, impulsiona o surgimento de doenças
neurodegenerativas.
O teste, no entanto, não é capaz de indicar
sozinho o diagnóstico da doença, que ainda é majoritariamente feito a partir do
quadro clínico do paciente. Isso porque os biomarcadores não são o único fator
que define a presença do distúrbio. Porém, ele contribui durante o processo,
especialmente nos casos em que o médico está em dúvida sobre a situação do
paciente.
ACESSIBILIDADE
Além disso, o exame funciona como uma
alternativa a métodos mais invasivos e caros que são utilizados hoje para a
mesma finalidade. Um deles é a punção lombar (inserção de uma agulha entre duas
vértebras da região lombar) para coletar uma amostra do líquor, também chamado
de líquido cefalorraquiano (LCR). O LCR é uma substância presente no cérebro e
na medula espinhal que protege as estruturas do sistema nervoso, e nela é
possível identificar a presença das proteínas beta-amiloide.
“A Dasa tem como princípio a busca contínua
por técnicas de coletas inovadoras e não invasivas que garantam mais comodidade
às pessoas e contribuam para uma medicina preditiva, preventiva e
personalizada. Dados do Ministério da Saúde de 2020 apontam que cerca de 1,2
milhão de brasileiros tenham Alzheimer, a maior parte deles ainda sem
diagnóstico. E sabemos que o diagnóstico precoce possibilita desacelerar a
progressão da doença e garante mais controle sobre os sintomas, garantindo
melhor qualidade de vida ao paciente e à família”, afirma o diretor médico da
rede Dasa, Gustavo Campana, em comunicado.
Projeção
Casos quadruplicados
Um estudo epidemiológico de pesquisadores da
Universidade Federal de Pelotas (UFPel), da Universidade Federal do Rio Grande
do Sul (UFRGS) e da Universidade de Queensland, na Austrália, publicado na
Revista Brasileira de Epidemiologia em 2021, mostrou que, até 2050, os casos de
Alzheimer podem quadruplicar na população brasileira caso medidas de saúde não
sejam adotadas.
Além disso, no último ano, a Organização
Mundial da Saúde (OMS) fez um alerta em que afirmou que o mundo está falhando
no combate à demência - que tem como uma das principais causas a doença de
Alzheimer - e destacou que o diagnóstico pode alcançar 139 milhões de pessoas
em 2050.
Agencia o Globo
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