Na segunda quinzena de novembro/2021, o Ministério da Economia divulgou uma consistente expectativa de aumento da inflação no país, projetando um percentual para o INPC de 10,04%. Uma vez confirmada e mantida tal projeção, o valor do salário mínimo em 2022 deverá ser de R$1.210,00.
É fundamental fazer um planejamento para controlar os gastos.
Os brasileiros vão ter grandes desafios para gerenciar o orçamento familiar em 2022 | Marcello Casal Jr/Agência Brasil |
Contudo, apesar deste valor
representar um dos maiores patamares ao longo do tempo, os trabalhadores que
recebem esta remuneração básica terão grandes desafios para gerenciar seu
orçamento familiar.
“Não se pode perder de vista a realidade dos
fatos, pois tal projeção estará apenas cumprindo o que é estabelecido pela
Constituição Federal, ou seja, acompanhar a inflação acumulada com o objetivo
de manter o poder de compra, sem qualquer ganho real”, aponta Edson Zedebski,
professor de finanças.
“A grande questão a considerar é que, sem
aumento real, há uma significativa defasagem que está se acumulando e
certamente causa dificuldades cada vez maiores para as famílias de baixa renda.
E para completar o cenário, estamos vivendo um período no qual o aumento da inflação
tem sido contínuo”, destaca.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE), com a Pesquisa de Orçamentos Familiares em 377 produtos e
serviços, cerca de 60% dos itens têm aumentado todos os meses. A cesta básica,
composta de 13 itens, compromete atualmente quase a metade do valor do salário
mínimo, enquanto em 2017 comprometia em torno de 37% dele.
“A expectativa no Brasil é de estagnação na
renda das famílias, impactada também pelo fim do auxílio emergencial, que não
deverá ser compensado com geração de empregos”, comenta o especialista. Além
dos alimentos, gasolina e energia elétrica também comprometem o bolso dessas
famílias.
Para não gastar mais do que ganha, há quem
defenda modelos de distribuição da renda em percentuais fixos como, por
exemplo, 50% para gastos essenciais como moradia, alimentação e transporte; 30%
para supérfluos como roupas ou sair para jantar fora; e os 20% restantes para
guardar, criando o hábito de separar o valor imediatamente quando receber o
dinheiro. Contudo, o especialista relembra a diferente realidade das famílias
brasileiras.
“O grande problema dessa dica é que nunca, ou
quase nunca, é aplicável à realidade da maioria das pessoas. Cada família deve
constatar sua situação para poder estudar o quanto é possível destinar para
cada item, identificando quais gastos podem e devem ser diminuídos no futuro”,
afirma.
Confira 6 dicas do
especialista para melhor aproveitar o salário:
- Caso haja possibilidade de poupar algum
valor e constituir uma reserva para arcar com despesas não previstas, poupe.
- Compare preços e experimente marcas menos
conhecidas para cortar gastos com supermercado.
- Fique atento a promoções em
estabelecimentos próximos de casa ou do trabalho, a fim de economizar com o
deslocamento.
- Aproveite o horário final de feiras livres,
popularmente conhecido como a hora da xepa, em que quase todos os produtos
acabam sendo vendidos por um preço mais baixo.
- Priorize proteínas (ovos e frango) e
hortaliças, diminuindo carboidratos.
- Compre produtos de limpeza em embalagens
maiores, de 5 litros, e redistribua em embalagens menores, diluindo com água e
reaproveitando as embalagens pequenas.
Com informações da
assessoria
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