Uma nova pesquisa do Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos (NIH na sigla em inglês) descobriu que o coronavírus Sars-Cov-2 pode infectar muitas partes do corpo humano, e não apenas o sistema respiratório. Além disso, ele pode permanecer no corpo mesmo depois que os sintomas iniciais da Covid-19 diminuíram.
Os cientistas por trás dessa nova pesquisa dizem que é a análise mais abrangente até agora sobre como o coronavírus pode infectar várias partes do corpo, incluindo o cérebro humano.
Como foi feita a
pesquisa?
Os cientistas realizaram autópsias completas em 44 corpos infectados com o vírus. Em todos os casos, exceto em cinco, a infecção se relacionava diretamente com a causa de morte.
Sim, a maior presença do
coronavírus foi percebida no trato respiratório: nas vias áreas e nos pulmões.
E esse padrão foi constatado tanto em quem estava no estágio inicial, quanto
naqueles que estavam no estágio final da infecção.
Veja os principais locais onde eles encontraram evidências de infecção:
• Tecido cardiovascular
– em quase 80% dos pacientes;
• Tecido
gastrointestinal – em 73 % dos pacientes;
• Tecido muscular,
cutâneo, adiposo (gordura) e nervoso periférico – em 68% dos pacientes.
Os traços de RNA viral foram encontrados por todo o corpo, incluindo o cérebro, meses após os inícios dos sintomas. Em um paciente, tinham se passado 230 dias.
“Nossos dados provam que o SARS-CoV-2 causa infecção sistêmica e pode persistir no corpo por meses”, escreveram os autores do artigo, que está em revisão para publicação na revista Nature.
No entanto, é importante levantar algumas limitações da pesquisa. A primeira é que os indivíduos analisados foram pessoas acometidas de maneira grave pela doença. A segunda é no recorte de tempo do estudo, realizado entre abril de 2020 a março de 2021, um período em que relativamente poucas pessoas tinham sido vacinadas.
Ainda assim, com essas descobertas, somam-se as evidências necessárias para se compreender a condição chamada de covid longa e também servir de parâmetro para entender o comportamento de outras variantes, como a Delta e a Ômicron.
Fonte: Gizmodo
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