Convocados por grupos de centro-direita e direita como o Movimento Brasil Livre (MBL) e o Vem Pra Rua, manifestantes ocuparam ontem (12/09) ruas de 15 capitais em protestos contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Com pauta de impeachment do presidente, os atos ficaram marcados por forte tom "nem Lula, nem Bolsonaro", com presença de diversos candidatos da chamada "terceira via", que tentam se viabilizar fora da polarização entre petistas e bolsonaristas.
O governador João Dória, o ex-governador Ciro Gomes, a senadora Simone Tebet e o ex-ministro Mandetta discursaram no ato da Paulista (Fotos: Reprodução/Facebook)
Com
a oposição dividida, os protestos tiveram adesão menor que a registrada em atos
pró-governo de 7 de setembro. As manifestações tiveram concentração
principalmente em São Paulo, onde houve a participação de diversos
pré-candidatos de oposição a Bolsonaro, incluindo nomes de diferentes
colorações ideológicas como Ciro Gomes (PDT), João Doria (PSDB) e Luiz Henrique
Mandetta (DEM).
"Para
fazer o impeachment e proteger a democracia brasileira temos que juntar todo
mundo. Ainda há tempo para o PT amadurecer. Quem for democrata tem que entender
que o impeachment é a única saída. Precisamos fazer um acordo com a direita e um
centro democrático", afirmou o pedetista. As declarações são um
movimento contrário às recentes falas de Ciro sobre o PT e Lula, a maior
liderança do partido, a quem já chamou de "maior corruptor da
história brasileira".
"Nós
somos diferentes, nós temos histórias diferentes, temos caminhadas diferentes,
temos olhar sobre o futuro do Brasil provavelmente muito diferentes. Mas o que
nos reúne é o que deve reunir toda a nação civicamente sadia, a ameaça da morte
da democracia e do poder da nação brasileira conquistado com duro
sacrifício",
complementou Ciro, que já chegou a ter diversos embates com o MBL, um dos
organizadores do evento, no passado.
"Se
Bolsonaro não receber o impeachment, receberá impedimento pelo voto. Em outubro
de 2022, será derrotado", corroborou Doria, que discursou no evento
segurando uma bandeira do Brasil e defendeu o impeachment como "única
via" para o país. "Democracia. Essa é a
defesa. E a defesa também da vacina", disse o governador.
Em
todo o País, os eventos contaram com a adesão não só de movimentos de
centro-direita e direita, mas também de partidos de esquerda como o PDT e o
PCdoB. Na Avenida Paulista, um balão "pixuleco" inflado
pelo Vem Pra Rua, com imagens de Bolsonaro e Lula vestidos como presidiários,
gerou polêmica e divisão entre manifestantes. Para petistas, ações como essa
inviabilizaram a adesão do partido aos protestos.
De
acordo com estimativa da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, cerca de
6 mil pessoas compareceram à manifestação de ontem na Paulista, ante 125 mil
estimadas pela Polícia Militar no mesmo local no dia 7. Foi o primeiro protesto
pelo impeachment de Bolsonaro encabeçado por esses movimentos, que ganharam
projeção durante a campanha pelo impedimento de Dilma Rousseff (PT) em 2016.
"Todo
começo tem dificuldades. Isto aqui é um começo", destacou Doria.
Questionado se subiria no mesmo palanque que os petistas, o governador
respondeu: "Não tenho dúvida disso. É uma evolução. Não é algo
feito com ansiedade".
A
senadora Simone Tebet (MDB-MS), apontada como presidenciável, afirmou que
esquerda e direita "estarão no mesmo palanque": "Temos
aqui o centro e a direita se fazendo presentes em praça pública. Teremos a
manifestação da esquerda no próximo mês. Não tenho dúvida que, em novembro,
estaremos todos no mesmo palanque, sem nomes e sem extremismos".
Em
São Paulo, também participaram dos atos outros pré-candidatos para 2022 como
João Amoêdo (Novo) e o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE). Em Porto
Alegre, as manifestações tiveram a presença do governador Eduardo Leite (PSDB),
que disputa com Doria a indicação do partido à corrida presidencial.
Em
Brasília, o protesto ocorreu na Esplanada dos Ministérios. O ato não teve um
grande número de participantes, mas conseguiu reunir algumas centenas de
pessoas próximo ao Congresso Nacional. Nas redes sociais, parlamentares
governistas e ministros ironizaram o baixo número de manifestantes que foram às
ruas no primeiro ato em resposta aos eventos de 7 Setembro.
Com
informações portal O Povo Online
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