A Secretaria Estadual da Saúde (Sesa) informou, nesta quarta-feira (18), que o Ceará já tem 43 casos confirmados da variante Delta do coronavírus, além do primeiro caso de cepa oriunda do Reino Unido.
Paciente identificado com a variante Alfa é um turista de 64 anos de Minas Gerais.
Legenda: Paciente com a cepa Alfa está com sintomas leves
e cumpriu isolamento desde quando chegou ao Estado.
O paciente com a chamada cepa Alfa é um turista de 64 anos, morador de Minas Gerais, que cumpriu isolamento desde quando testou positivo no Centro de Testagem de Covid-19 para Viajantes, no Aeroporto Internacional de Fortaleza.
Com sintomas leves, o idoso está sendo monitorado pelo Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs) e fará nova coleta de amostras para medição de carga viral, potencial de transmissão e estudo de anticorpos.
Os resultados foram divulgados após a Pasta receber novas análises de exames de Covid-19 da Rede Genômica da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) Ceará, em cooperação com o Centro de Hematologia e Hemoterapia do Ceará (Hemoce) e o Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen).
CASOS DA VARI
Dos 43 casos da variante Delta
identificados no Estado, 28 são importados — advêm de viajantes que testaram
positivo em barreiras sanitárias de aeroportos e rodoviárias cearenses. Três
foram infectados por transmissão comunitária, quando não é possível rastrear a
origem da infecção em razão de o caso não estar vinculado a outro em uma área
definida.
Outros 12 casos estão sendo rastreados pelo Cievs, já que a Rede Genômica também recebe amostras dos municípios e unidades hospitalares. A investigação busca apurar se há ou não histórico recente de viagens para, então, classificar a transmissão.
Os pacientes com a cepa indiana seguem monitorados pelas autoridades da Saúde. Ao todo, são 24 mulheres e 19 homens, assintomáticos ou com sintomas leves ou moderados. O grupo tem residentes de 20 municípios do Ceará, além de Nova Friburgo (RJ) e São Paulo. Deles, 33 têm idades entre 20 e 39 anos.
MUNICÍPIOS DO CE ONDE A DELTA FOI
DETECTADA:
Fortaleza
Sobral
Eusébio
Monsenhor Tabosa
Caucaia
Choró
Hidrolândia
Icó
Ipaporanga
Ipueiras
Irauçuba
Itapipoca
Jaguaretama
Nova Russas
Paraipaba
Poranga
Quixeramobim
Redenção
São Gonçalo Do Amarante
Tauá
Mais da metade dos pacientes infectados
veio do Rio de Janeiro. Os demais vieram de São Paulo, Recife e Porto Alegre,
além do México. Os viajantes testados e positivados em aeroportos e rodoviárias
foram orientados pela Sesa a cumprir isolamento de 14 dias.
CIRCULAÇÃO DA DELTA
A variante Delta foi identificada pela
primeira vez no Ceará no dia 29 de julho, em quatro viajantes oriundos do Rio
de Janeiro, dos quais três são mulheres e um, homem. Com idades entre 22 e 26
anos, todos foram testados entre 19 e 21 de julho, no Aeroporto de Fortaleza.
Considerada a cepa mais transmissível
do coronavírus, a Delta se tornou, rapidamente, a principal a se espalhar pelo
mundo. Conforme cientistas, ela é 50% mais rápida que a Alfa.
Segundo a secretária-executiva de
Vigilância e Regulação da Sesa, Magda Almeida, a transmissão da cepa Delta
ainda não está avançada no Estado, embora esteja em circulação. Por isso,
enseja cuidados. "É importante seguir evitando aglomeração, usando
máscara, álcool 70% e lavando as mãos com frequência", avalia.
O QUE É A VARIANTE ALFA?
A variante Alfa do coronavírus, ou
linhagem B.1.1.7, foi detectada no Reino Unido em setembro de 2020 e
documentada em dezembro do mesmo ano. De acordo com estudos britânicos, possui
uma taxa de transmissão 30% a 50% maior que as cepas anteriores.
Essa cepa foi a responsável pela
segunda onda de Covid-19 no Reino Unido e em diversos países europeus no fim do
ano passado, segundo o portal Nexo. Conforme atualização do site Cov Lineages
nesta quarta-feira (18), ela já foi identificada em 163 países.
Junto à Delta, a cepa indiana que causa
maior preocupação mundial atualmente em relação à agressividade, a Gama e a
Beta, a Alfa é considerada uma Variante de Preocupação (VOC), segundo
classificação da Organização Mundial da Saúde.
A definição de VOC, conforme a OMS: diz
respeito a três fatores:
Aumento de transmissão e mudanças
prejudiciais à epidemiologia da Covid-19
Aumento da gravidade dos sintomas da
doença
Redução da efetividade das ações de saúde
pública, como diagnósticos, vacinação e tratamentos.
DN
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