O juiz Daniel Luiz Maia Santos, da comarca de São Carlos, determinou que a Igreja Universal terá que indenizar em R$ 10 mil a (ex) fiel Adrielli Fernanda da Silva, por constrangimento e danos morais.
Durante culto, mulher foi cercada por obreiros que desconfiavam que ela estivesse gravando a celebração.
A Igreja pretende recorrer da decisão | Reprodução
A igreja afirmou ao colunista Ricardo Feltrin, do UOL, que vai recorrer
(leia a íntegra da nota da igreja ao final do texto).
Adrielli tentou se explicar novamente, mas acabou ficando nervosa e caiu
em prantos.
SENTENÇA
Na sentença, o juiz Daniel Santos concordou que é lícito às igrejas
vetarem o uso de celulares durante o culto, mas considerou que a demandante
comprovou com testemunhas que houve duplo constrangimento na atitude dos
obreiros da Universal: quando "cercaram" a fiel, impedindo-a de
comungar sua fé, e quando novamente um deles (Beatriz) a abordou agressivamente
ao final do culto.
O juiz também se incomodou pelo fato de ter solicitado as gravações das
câmeras dentro da igreja no dia e horário em que a fiel relata o ocorrido, e
que a igreja não as entregou alegando não ter arquivos ou backup das imagens.
Se incomodou mais ainda também porque convocou a obreira
"Beatriz" para que se manifestasse no tribunal e ela não apareceu.
" Autora (da ação) foi ferida em sua dignidade", sentenciou o juiz.
Adrielli afirmou que não frequentará mais a Igreja Universal.
OUTRO LADO
Procurada pela coluna, a Unicom, setor responsável pela Comunicação da
Igreja Universal, enviou a seguinte nota:
"Todos os templos religiosos têm normas de conduta para os
frequentadores, que estão amparadas na liberdade litúrgica assegurada pela
Constituição Federal.
Assim, em uma sinagoga os homens usam o quipá, deve-se entrar descalço
em uma mesquita, algumas comunidades católicas mais tradicionais estimulam que
as mulheres cubram a cabeça com véu e praticamente todas as religiões solicitam
o uso de roupas discretas. Mas além da liturgia que deve ser observada em um
local sagrado, como um templo, inúmeras instituições proíbem o uso de celular,
tanto para falar, quanto para registrar imagens, como, por exemplo, bancos,
tribunais, teatros e museus.
Os templos da Igreja Universal do Reino de Deus estão sinalizados com
avisos sobre a proibição do uso de celulares, como uma forma de reverência e de
respeito ao culto e aos demais presentes. A norma é obrigatória e vale
para todos os frequentadores, em todos os templos da Universal.
A Universal já recorreu da decisão judicial, com a certeza de que será
revertida. Solicitamos que estes esclarecimentos sejam publicados na íntegra.
UNIcom — Departamento de Comunicação Social e de Relações Institucionais da
Universal”.
Com informações
do UOL
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