O fim de isenções fiscais para cerca de 20 mil empresas, incluído no
relatório apresentado pelo deputado Celso Sabino (PSDB-PA) para a reforma do
Imposto de Renda, pode fazer com que medicamentos, sabonetes e desodorantes,
entre outros produtos, fiquem mais caros. As entidades que representam esses setores
falam em repassar para os consumidores o aumento esperado da carga tributária.
Só no caso dos medicamentos, o Sindicato da Indústria de Produtos
Farmacêuticos (Sindusfarma) afirma que os preços dos produtos de uso contínuo –
com tarjas vermelhas ou pretas e hoje totalmente desonerados do PIS e da Cofins
– serão diretamente afetados, com aumento de cerca de 12%.
“Haverá repasse para o consumidor, porque o governo tem uma regra na lei
de preços (para o setor) que diz o seguinte: se aumentar a carga tributária, ou
se reduzir a carga tributária, a Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos
(CMED) precisa automaticamente soltar as novas listas de preços máximos ao
consumidor”, explica o presidente executivo do Sindusfarma, Nelson Mussolini.
“Dependendo do nível de concorrência de um determinado produto, a
fabricante pode ou não dar descontos. Mas as listas de preços divulgadas pela
CMED trarão o impacto do aumento da carga tributária”, completa ele.
Impacto sobre 70% dos produtos
Higiene pessoal
Para João Carlos Basilio, presidente executivo da Associação Brasileira
da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (ABIHPEC), o repasse
do aumento da carga tributária para o consumidor é “inevitável”. “Sem dúvida
nenhuma, não tem como absorver um impacto brutal desses sem que a gente repasse
isso para o consumidor”, afirma. A equipe tributária da associação já estuda
uma projeção do impacto no aumento do preço dos produtos.
“Nós estamos em um período de pandemia, nós estamos falando de um
produto de uma categoria que é considerada essencial, porque uma infinidade de
produtos do nosso setor inclusive previne doenças infectocontagiosas. Então,
não era pertinente que fôssemos envolvidos nessa questão neste momento. Acho o
assunto muito grave”, declara Basilio. As informações são do jornal O
Estado de S. Paulo.
Foto: REPRODUÇÃO/PEXELS
Fonte: Portal R7
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