A visita do presidente Jair Bolsonaro ao litoral de Santa Catarina começou com aglomeração e cobrança por uma nova rodada do auxílio emergencial, em meio à pandemia de covid-19. Neste sábado, 13, Bolsonaro desembarcou em São Francisco do Sul, onde deve ficar até terça-feira, 16, para atividades de lazer e reuniões políticas.
Ao ser questionado pela renovação do programa, presidente associou efeitos de desemprego às decisões de governadores
Ao chegar à cidade
catarinense, o presidente parou em diferentes pontos para cumprimentar
apoiadores, que se aglomeraram para tirar fotos e conversar com o chefe do
Executivo federal. Sem máscara, Bolsonaro deu a mão para simpatizantes, tirou
fotos e pegou crianças no colo. No público, havia pessoas sem o equipamento de
proteção contra o vírus no rosto.
Segundo o governo
estadual, Santa Catarina perdeu 6.686 vidas para o novo coronavírus até esta
sexta-feira, 12. A região que Bolsonaro visita foi classificada no último
boletim elaborado pela Secretaria de Saúde do Estado como de "risco
potencial gravíssimo", ou seja, registra alta ocorrência de mortes e os
índices apontam para a expansão da pandemia.
Ao cumprimentar
apoiadores, Bolsonaro foi questionado sobre o auxílio emergencial. Mais uma
vez, o presidente da República responsabilizou governadores pelo fechamento das
atividades econômicas e a pressão pelo socorro assistencial. Após ser eleito,
em 2018, o chefe do Planalto rompeu com o governador de Santa Catarina, Carlos
Moisés (PSL), que perdeu apoio da base bolsonarista no Estado após adotar
medidas de isolamento social.
"Quem foi que tirou
teu emprego? Tá gravando? Pode gravar. Você quer o auxílio? Pede para o
governador", afirmou o presidente a uma mulher que o questionou sobre o
pagamento em meio aos apoiadores. "Quem fechou tudo, fui eu ou foi o
governador? Quem fechou o comércio, fui eu ou o governador? Eu tô te perguntando:
quem foi que tirou teu emprego?".
Pressionado pelo avanço
da doença e pela falta de uma vacinação ampla contra a covid-19, o governo deve
retomar o pagamento do auxílio a partir de março. Para isso, negocia com o
Congresso a aprovação de uma agenda fiscal de redução de gastos, ainda sem
garantias de votação, para compensar a despesa.
Nesta semana, Bolsonaro
condicionou a volta do auxílio à abertura total do comércio, apesar de o
benefício ter sido criado para socorrer trabalhadores informais e desempregados
no isolamento social. A maioria das pessoas que recebeu o presidente manifestou
apoio. No meio da aglomeração, porém, uma mulher xingou o chefe do Planalto.
Simpatizantes bolsonaristas reagiram e devolveram o ataque. A Presidência da
República não divulgou uma agenda oficial no local.
O Povo.
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