O Ministério da Saúde confirmou um caso de reinfecção pela nova variante do coronavírus no Amazonas. A descoberta foi feita pela Fiocruz em uma mulher de 29 anos com sintomas leves de Covid-19. Para confirmar a reinfecção, é preciso fazer uma análise do genoma dos dois vírus e comparar a sequência do RNA -molécula "prima" do DNA, com uma única fita- para ver se são de fato duas linhagens diferentes.
Para confirmar a reinfecção, é preciso fazer uma análise do genoma dos dois vírus e comparar a sequência do RNA -molécula "prima" do DNA, com uma única fita- para ver se são de fato duas linhagens diferentes.
Leopoldo Silva/Agência Senado
A análise realizada mostrou um padrão de mutações compatível com a
variante do vírus Sars-CoV-2, identificada recentemente pelo Ministério da
Saúde do Japão, mas de origem no Amazonas.
A variante encontrada pelo Japão possui 12 mutações, sendo que uma delas
é a mesma encontrada em variantes já identificadas no Reino Unido e na África
do Sul, o que implica em maior potencial de transmissão do vírus.
Segundo o Ministério da Saúde, a nova variante foi encontrada pela
Fiocruz no dia 12 de janeiro, e a pasta foi notificada no dia seguinte pelo
estado do Amazonas.
A mulher foi diagnosticada com a infecção pela primeira vez em 24 de
março, e no dia 30 de dezembro, nove meses depois, obteve o segundo diagnóstico
positivo da Covid-19 pelo exame RT-PCR.
A pasta informou ainda que a informação foi compartilhada, como parte da
rotina da vigilância epidemiológica, com a Opas (Organização Pan-Americana da
Saúde) e com a Cievs (Rede do Centro de Informações Estratégicas e Resposta em
Vigilância em Saúde).
"O Ministério da Saúde recomendou aos estados, ao Distrito Federal
e aos municípios o contínuo fortalecimento das atividades de controle da
Covid-19, a ampliação do sequenciamento de rotina dos vírus Sars-CoV-2 , a
investigação de surtos e o rastreamento de contatos de todo caso de
Covid-19", disse em nota.
No Brasil, foi notificados até o momento, outro casos de reinfecção por
nova variante do Sars-CoV-2, no estado da Bahia e que segue em investigação
pelo Ministério da Saúde.
Ele foi identificado por pesquisadores do Instituto D'Or de Pesquisa e
Ensino (Idor) em exames clínicos de uma mulher de 45 anos que teve duas
infecções distintas pelo coronavírus: uma em 20 de maio e outra em 26 de
outubro, com sintomas mais severos.
A variante encontrada, chamada B.1.1.248, identificada originalmente na
África do Sul, possui a mutação E484K, que tem sido associada a um chamado
"escape imunológico" ou uma maior dificuldade de ação dos anticorpos
neutralizantes contra o vírus.
FOLHAPRESS
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