Após
fraudes no auxílio emergencial relacionados ao pagamento indevido dos R$ 600
para militares, servidores públicos e brasileiros de classe média. Os hackers
também encontraram uma forma de desviar o auxílio dos mais vulneráveis por meio
do aplicativo Caixa Tem. O presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro
Guimarães, revelou a ação criminosa sexta-feira (17) e disse que está sendo
investigada pelo banco em parceria com a Polícia Federal (PF).(Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil )
Hackers
invadiram algumas das contas sociais digitais que foram abertas para os
brasileiros de baixa renda receberem o auxílio emergencial por meio do
aplicativo, segundo o presidente da Caixa. Dessa forma, embolsaram os R$ 600 de
alguns beneficiários do auxílio emergencial. “Alguns bandidos estão desviando
dinheiro da população mais carente”, revelou Pedro Guimarães, após uma “reunião
longa” da diretoria da Caixa com a Polícia Federal.
Pedro
Guimarães não revelou quantas invasões já foram constatadas pela Caixa, mas
garantiu que o volume de desvios é pequeno em relação ao universo de
beneficiários do auxílio emergencial. Quando o Tribunal de Contas da União
(TCU) revelou que cerca de 620 mil brasileiros que não tinham direito aos R$
600 acabaram recebendo mais de R$ 1 bilhão em benefícios, contudo, o governo
também disse que a taxa de inconformidades era pequena. Por isso, Guimarães
reconheceu que, como o universo de beneficiários do auxílio emergencial conta
com mais de 65 milhões de brasileiros, as fraudes acabaram causando “bastante
barulho”.
De acordo
com o executivo, a Caixa já está trabalhando para interromper os desvios e
identificar os hackers. Por isso, bloqueou “algumas contas usadas por esses
bandidos”, “invadiu grupos de WhatsApp de hackers” e acionou a PF. “Já temos
bastante coisa e vamos passar para a Polícia Federal”, avisou Guimarães,
garantindo que irá “às últimas consequências em reação a isso”.
Problemas
Desde o
início do programa, o aplicativo Caixa Tem tem apresentado problemas. Ele é
usado pelos brasileiros para movimentar os R$ 600, seja por meio do pagamento
de contas ou da realização de compras em débito, até que o saque em espécie é
autorizado pelo governo. A principal reclamação dos usuários era sobre as
instabilidades do aplicativo, o se explicava pelo alto volume de acessos ao
app, segundo a Caixa. Mas, nas últimas semanas, muitos também reclamaram que
suas contas haviam sido bloqueadas ou zeradas sem que tivessem gasto o dinheiro
que estava depositado ali. A Caixa explicou que esses últimos problemas têm
relação com a ação dos hackers.
“Parte das
questões, dos problemas do Caixa Tem, são porque identificamos contas
utilizadas por hackers que estão fazendo bastante barulho. Não posso falar
mais. Mas seremos extremamente firmes, porque roubar dinheiro do pobre em um
momento de pandemia... Poucas coisas são mais graves do que isso”, afirmou
Guimarães.
O presidente
da Caixa ainda reconheceu que algumas contas “de pessoas corretas e honestas”
acabaram sendo bloqueadas indevidamente nessa tentativa do banco de coibir os
desvios dos R$ 600. Mas garantiu que essas pessoas não serão prejudicadas.
“Algumas contas foram bloqueadas por suspeita de fraude. Em algumas já
verificamos que houve fraude, sim. Mas as que não são fraude serão liberadas de
novo. Sempre que for verificado isso, voltaremos atrás e pagaremos”, prometeu.
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