Camilo disse que detalhes do plano econômico serão divulgados hoje (Foto: Reprodução/Facebook) |
Após 23 dias de
Fortaleza em isolamento rígido e 72 dias de quarentena no Estado, parte dos
setores econômicos poderá voltar gradualmente às atividades a partir de 1º de
junho. A confirmação foi realizada pelo governador do Ceará, Camilo Santana
(PT), por meio de transmissão ao vivo nas redes sociais. Detalhes do plano
econômico serão divulgados hoje. A retomada terá quatro fases e deve ter
comprometimento com enquadramentos técnicos, conforme protocolos de cada setor.
O termômetro para o avanço da reabertura é a capacidade de atendimento do
sistema de saúde do Ceará.
Entre uma etapa e outra, será dado um
intervalo de 14 dias para o monitoramento da situação. Caso a curva de contágio
aumente, a flexibilização pode ser suspensa. O jornal O POVO apurou, no dia 18
de maio, que as cadeias econômicas presentes na primeira fase são indústria de
artigos de couro e calçados; de energia; saneamento básico e reciclagem;
indústria têxtil; indústria metalmecânica, química e correlatos; agropecuária;
construção civil; empresas de serviço; cadeia moveleira; indústria de TI; e
comunicação. Atividades como assessorias esportivas e com personal trainer
também devem ser liberadas, porém sem aglomerações, conforme adiantou o titular
da Secretaria do Esporte, Rogério Pinheiro.
"O
isolamento social tem salvado vidas e nos deu tempo para reestruturar nosso
sistema público de saúde. E com a confirmação da estabilização de casos na
Capital (epicentro no Ceará), pretendemos iniciar a retomada da economia
cearense, de forma gradativa", justificou Camilo.
O jornal O
POVO apurou que plano de retomada dos setores já está pronto. Os protocolos de
diversos segmentos para a retomada foram alinhados e todo o trabalho foi
realizado sob análise de Carlos Roberto Martins, o Dr. Cabeto, secretário da
Saúde do Estado.
A flexibilização do isolamento para essas
atividades econômicas não significa o fim do isolamento, portanto, as não
inseridas na lista devem continuar sem funcionar. O movimento do governo
estadual acontece em meio ao aumento da adesão ao isolamento social em
Fortaleza após o lockdown. Em duas semanas, a Capital permanece com índice
superior a 50%.
Com o exemplo
de países que já estão fases à frente do Ceará e permitiram a flexibilização, o
economista Gilberto Barbosa considera prudente a ideia de reavaliar os casos a
cada 14 dias. Ele concorda que, na medida em que a infecção é controlada e o
setor de saúde permita, faz sentido ir voltando aos poucos.
Sobre a
provável lista, Gilberto diz que "são setores em que é possível controlar
melhor a circulação de pessoas. É diferente de tentar abrir um shopping, por
exemplo. O Ceará está seguindo praticamente o mesmo protocolo que vimos em
outras cidades do mundo", observa.
Na Capital, o
presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Fortaleza, Assis
Cavalcante, relata que a retomada "é como sair de uma batalha", mas
não espera grandes movimentos nos primeiros dias. "Do ponto de vista
mercadológico, será um momento de readaptação".
"Nós
estamos muito sofridos. O varejo está muito marcado por mais de 12 mil
demissões. Isso mexeu muito com o foro íntimo dos lojistas, com a equipe, pelos
cortes que aconteceram. O consumidor está retraído, com medo de comprar por
medo de perder o emprego e de sair de casa ainda. Esse novo momento ainda será
muito difícil", afirma.
O protocolo
de atendimento do comércio inclui a regulação da quantidade de pessoas dentro
das lojas, fitas demarcando o distanciamento em filas, álcool gel, alguns
estabelecimentos terão placas de acrílico restringindo o contato entre
funcionários e clientes, ar-condicionado com limpeza frequente. As lojas
reabrirão com 40% da força de trabalho.
Outro item
acordado com o governo é a abertura e fechamento escalonados dos comércios.
Assis ainda conta que foram instaladas pias na Praça do Ferreira para assepsia,
mas cobra um mutirão de limpeza no Centro antes do dia 1º. Também pede ao
governador que confirme logo "para que os empresários possam fazer a
higienização dos locais, instalar as faixas de separação" para atender ao
público na retomada.
Procurado
pelo reportagem do jornal O POVO, o presidente da Federação do Comércio de
Bens, Serviços e Turismo do Estado do Ceará (Fecomércio-CE), Maurício Filizola,
recebeu com surpresa a informação do anúncio do governador. Ele relata que os
setores não haviam sido informados previamente. A Federação das Indústrias do
Estado (Fiec) também foi procurada, mas não deu retorno.
Setores
que levaram propostas ao Governo do Estado para a retomada:
Automotivo;
construção civil e imobiliária; economia do mar; energias renováveis; flores;
turismo e eventos.
Protocolos
a serem seguidos pelos segmentos:
Higienização
constante e efetiva do local de trabalho.
Medição de
temperatura de colaboradores e consumidores.
Respeito ao
distanciamento social entre as pessoas.
Uso
obrigatório de máscaras.
Com
informações portal O Povo Online
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