Fortaleza concentra o
maior número de casos confirmados e mortes por Covid-19 no Ceará. Contudo, dos
46 municípios que registraram óbitos por Covid-19 até esta quarta-feira (29),
36 apresentavam taxa de letalidade maior que a capital cearense. O índice se
refere ao percentual de pessoas que morreram pela doença em relação ao número
de infectados.
Os dados foram coletados
na plataforma IntegraSUS, da Secretaria Estadual da Saúde (Sesa), quando o
Ceará tinha taxa de letalidade de 6,01%; e Fortaleza, de 6,06%.
Oito municípios
apresentavam 100% de letalidade, ou seja, o único paciente com caso confirmado
também veio a óbito: Ibaretama, Miraíma, Salitre, Solonópole, Viçosa do Ceará,
Ararendá, Cariús e Farias Brito. É possível que nestes municípios haja casos
subnotificados da doença.
O Ceará ultrapassou a
marca dos sete mil casos de Covid-19. O estado também já soma 450 óbitos em
decorrência do novo coronavírus (SARS-CoV-2), conforme a plataforma IntegraSUS,
atualizada às 17h18 desta quarta-feira (29).
Fortaleza, epicentro da
contaminação pelo vírus no estado, registra 5.712 casos confirmados de infecção
e 349 mortes em decorrência da Covid-19.
Segundo a Secretaria da
Saúde, 30% das Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) no Ceará estão localizadas
no interior. Das 465 UTIs públicas estaduais, 142 ficam distribuídas no Cariri,
Norte, Sertão Central e Vale do Jaguaribe. O governador Camilo Santana ressalta
que a maior parte fica em Fortaleza porque a capital concentra cerca de 80% dos
casos e óbitos.
Rilson Andrade,
vice-presidente do Conselho de Secretarias Municipais de Saúde do Ceará
(Cosems), explica que a demora na liberação dos resultados de exames e a
subnotificação da doença podem influenciar na taxa de letalidade, que é
dinâmica.
“Tem municípios em que,
se for confirmado mais um caso, a letalidade vai cair pela metade. Não vejo
essa diferença por falta de estrutura de atendimento, mas pela demora. A
subnotificação em alguns lugares também interfere, então algumas cidades podem
ter notificação baixa”, afirma.
Segundo Rilson, embora
alguns municípios operem com postos sentinela e até busca ativa de possíveis
infectados, parte da população tem resistência em comparecer às unidades de
saúde para procurar atendimento ou orientação.
Por Nícolas Paulino, G1 CE
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