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Para que Moro ficasse bem na foto



Servida como foi ao cair da noite e comprada sem muito apuro dado ao adiantado da hora, ficou parecendo verdade a versão de que o ex-juiz Sérgio Moro ofereceu-se espontaneamente para depor na Comissão de Constituição e Justiça do Senado sobre as conversas travadas com o procurador Daltan Dellangnol e reveladas pelo site The Intercept Brasil no último domingo (9).

De espontâneo nada houve. A Comissão estava pronta para convocá-lo a depor. Havia para isso maioria de votos. Para evitar que a notícia fosse “Comissão convoca Moro para depor”, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), líder do governo no Senado, telefonou para o ex-juiz e o convenceu a se antecipar à convocação. Ficaria melhor para ele no noticiário.

Moro topou sem oferecer resistência. Então Bezerra Coelho reuniu-se com Davi Alcolumbre (DEM-AP), presidente do Senado, e contou-lhe o que se passava. Alcomumbre avalizou a manobra, pedindo-lhe, porém, que o informasse a respeito por meio de um ofício. E assim se fez. A Comissão, portanto, foi dispensada de votar a convocação de Moro.

O Senado é um clube para 81 sócios. Todos ali costumam dar-se bem apesar das diferenças partidárias e de ocasionais discursos inflamados. Não se comportam como inquisidores duros. Primam por certa elegância. A maioria já governou seus Estados, ocupou ministérios e tem muitos anos de política.

Moro não deverá passar por nenhuma saia justa quando for depor. O problema será quando for depor na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados. Essa comissão dará mais tempo a Moro para que ele continue sangrando. Só o convocará depois da divulgação do próximo lote de conversas, o que poderá acontecer a qualquer momento. O Brasil virou refém de um site.

Fonte: Blog do Nobrat n'O Globo

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