O meia Philippe Coutinho foi um
dos bons destaques de uma atuação segura da Seleção Brasileira na estreia da
Copa América, na sexta-feira, contra a Bolívia, e cada vez mais parece
destinado a ser o substituto de Neymar como referência técnica da equipe. Mesmo
com discurso humilde e ainda em busca de um futebol brilhante que pouco
apareceu na sua temporada com o Barcelona, é essa missão que o meia parece ter
para os seus companheiros, dispostos a ajudá-lo no caminho.
“Acho que o Couto já faz isso há bastante tempo,
assume essa responsabilidade”, disse o lateral direito Daniel Alves, adotando
até certo tom de discordância ao ser questionado se ficou surpreso ao ver
Coutinho pegar a bola para bater o pênalti no 0 a 0, quando o Morumbi passava
longe de ser um terreno amigável para os brasileiros.
“O Couto é um fenômeno, precisa dessa confiança
necessária para desempenhar esse papel. Ele sabe que é um protagonista dessa
Seleção e vai ser muito importante nessa caminhada”, continuou Daniel,
utilizando palavras semelhantes às de Thiago Silva, no domingo passado, após a
vitória sobre Honduras.
“O Couto teve uma temporada difícil no Barcelona.
Foi cobrado e vaiado muitas vezes, mas, dentro da Seleção, é nossa referência,
principalmente sem o Neymar”, assegurou o defensor. O discurso da dupla,
representantes do elenco com mais história na Seleção, só corrobora com a ideia
de que o atleta do Barcelona é o talento extra-classe necessário para um título
na Copa América.
O movimento, porém, não é novidade. Na Copa do
Mundo, quando o camisa 10 do Paris Saint-Germain ainda suscitava dúvidas sobre
a sua condição física, Coutinho emergia como a referência técnica que tanto
deseja uma equipe repleta de ótimos valores do futebol mundial, mas poucos
protagonistas em seus clubes.
“Essa coisa de protagonismo a gente deixa para o
coletivo. A gente se dedicou ao máximo, tivemos um bom desempenho”, respondeu
Coutinho ao ser questionado sobre o tema, bem menos taxativo que os companheiros
sobre ser a referência do time. De fala mais mansa, ele espera apenas seguir
privilegiado pelo esquema do técnico Tite, que o deixa mais perto da área em
uma faixa central do campo, diferente da ponta esquerda desempenhada
sucessivamente no Barça.
“Fico feliz de jogar ali, é uma posição que eu
gosto também, espero responder dentro do campo da melhor maneira possível”,
concluiu Coutinho.
Fonte: Gazeta Esportiva
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