Temer: "Reconheço, não posso ignorar, o fato de que neste último mês, de novembro, a confiança caiu um pouco, em face de vários incidentes de natureza política" (Ueslei Marcelino/Reuters). |
O presidente Michel Temer disse ontem (1°), em evento na
capital paulista, que a proposta de emenda constitucional que propõe o teto de
gastos das contas públicas federais (PEC 55/2016) não é suficiente para gerar a
credibilidade nem reduzir a recessão. Segundo Temer, “é preciso caminhar mais”.
Ele informou que a Reforma da Previdência será enviada ao Congresso
Nacional já na próxima semana.
O depoimento foi dado durante o Brazil Opportunities Conference, evento
do banco J. P. Morgan.
“Devo registrar que a proposta de emenda constitucional do teto não é
suficiente para gerar a credibilidade integral e, no particular, capaz de
reduzir ou impedir a recessão. É preciso que caminhemos mais. E o caminhar mais
significa que faremos na próxima semana, quando remeteremos ao Congresso
Nacional, uma proposta de emenda à Constituição que visa a readequar a
Previdência Social no nosso país”, disse.
Segundo ele, o déficit da Previdência Social é de quase R$ 100 bilhões
neste ano e a projeção é de que seja de R$ 140 bilhões para o ano que vem.
CRISE POLÍTICA
O presidente afirmou que, ao longo dos últimos meses, a confiança na
economia começou a crescer no agronegócio, na indústria e também no comércio.
No entanto, reconheceu que a crise política prejudicou essa credibilidade.
“Reconheço, não posso ignorar, o fato de que neste último mês, de
novembro, a confiança caiu um pouco, em face de vários incidentes de natureza
política. Estes dados nós temos que enfrentar, temos que colocar as coisas
sobre a mesa”, disse o presidente.
Temer citou a tentativa da Câmara de aprovar uma espécie de anistia ao
caixa dois eleitoral e o pacote anticorrupção, também aprovado na Casa, que
inclui o crime de responsabilidade para juízes e promotores como fatos que
criaram “um natural embate em setores governamentais” e na própria opinião
pública.
Segundo o presidente, esses fatos criaram uma certa instabilidade.
“Toda vez que há instabilidade, o investidor põe um pé para trás, fica
esperando para verificar quais são os acontecimentos”, disse, ao falar para um
público de investidores internacionais, clientes do banco J. P. Morgan.
Fonte: Exame.com
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