Pesquisadores
alertam que outra doença transmitida pelo Aedes aegypti, a chikungunya, teve
uma explosão de casos este ano. Principalmente no Nordeste.
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Já faz um mês e meio e nada da dor ir
embora. Andressa começou a sentir os sintomas da chikungunya no carnaval.
“Hoje ainda estou sentindo dores nas
juntas”, diz.
Andressa mora em Pernambuco, onde a
secretaria de saúde do estado diz que duas pessoas com chikungunya morreram
este ano.
E o número de casos notificados da
doença explodiu: já passa dos 12 mil. No ano passado inteiro, foi bem menor:
2,6 mil casos.
Um pesquisador da USP está analisando
pessoas com sintomas de dengue, zika e chikungunya no Nordeste. Ele diz que,
agora, os casos que mais aparecem são de chikungunya.
“O surto de chikungunya, ele está
pegando bastante volume no Nordeste, particularmente depois do carnaval a gente
percebeu vários casos de infecções agudas de pessoas que foram infectadas no
período do carnaval”, aponta Paolo Zanotto, virologista do Inst. de Ciências e
Biomédicas da USP.
A febre chikungunya é transmitida pela
picada do Aedes aegypti, o mesmo mosquito da dengue e da zika. Assim como na
zika, a pessoa pode ter manchas vermelhas na pele e coceira. E, do mesmo jeito
que na dengue, a pessoa tem febre alta e dor no corpo.
Mas na chikungunya as dores costumam
ser intensas nas articulações, principalmente nas mãos e nos pés.
Os pesquisadores descobriram que a
concentração do vírus da chikunguya em pequenas quantidades de sangue é muito
maior do que a concentração do vírus da zika na mesma quantidade de sangue. Os
estudiosos dizem que isso mostra que o corpo leva muito mais tempo para reagir
ao vírus da chikungunya.
O infectologista Luis Fernando Aranha
Camargo explica que, em alguns casos, as dores nas juntas podem ficar por
vários meses.
“Isso não leva nem ao risco de vida,
nem algum risco de paralisia ou perda funcional permanente, mas ele pode levar
temporariamente um distúrbio de marcha, utilização das mãos que pode se
prolongar pra períodos superiores a seis meses eventualmente”, diz o gerente
médico de pesquisa clínica do Einstein.
A cabeleireira Francisleide, lá do
Recife, ficou uma semana sem conseguir sair da cama. Agora tá fazendo de tudo
pra não parar. Mesmo com muita dor nas mãos.
“É chato, dói muito, então tem que
trabalhar assim mesmo”, conta.
Fonte: G1
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