O primeiro caso conhecido de transmissão do vírus Zika nos Estados
Unidos foi relatado nesta terça-feira, no Texas, por autoridades de
saúde locais, que disseram que ele foi contraído por contato sexual, e
não pela picada de um mosquito. Anteriormente, especialistas haviam
notado um caso de possível transmissão sexual e até identificaram o
vírus no sêmen. No entanto, a Organização Pan-Americana de Saúde afirmou
que mais evidências eram necessárias para confirmar o contato sexual
como um meio de transmissão do Zika. Agora não mais, o que torna o
combate à doença ainda mais complexo.
Uma autoridade de saúde do condado de Dallas afirmou via Twitter que o
caso foi transmitido por contato sexual com alguém que havia viajado
para a Venezuela. As autoridades do condado também afirmaram que não
havia relatos do vírus sendo localmente transmitido por mosquitos no
condado situado no Texas.
Um porta-voz do Centro de Controle de Doenças confirmou os resultados de
um teste para infecção pelo Zika, mas disse que as autoridades locais
investigam o modo de transmissão.
Anteriormente, especialistas internacionais de saúde haviam notado um
caso de possível transmissão sexual. No entanto, a Organização
Pan-Americana de Saúde afirmou que mais evidências eram necessárias para
confirmar o contato sexual como um meio de transmissão do Zika.
A OMS diz que o vírus, ligado a deficiências graves em recém-nascidos no
Brasil, está se espalhando rapidamente nas Américas e poderia infectar 4
milhões de pessoas. A organização afirmou ter lançado uma unidade de
resposta global para lutar contra o vírus transmitido por mosquito. A
Ásia e a África também são vistas como vulneráveis.
No Rio, as preocupações se voltam para os Jogos. O Comitê Olímpico
Internacional (COI) conta com o clima ameno do inverno carioca para uma
desaceleração do surto. De acordo com o diretor de Serviços Médicos do
Comitê Rio 2016, João Grangeiro, a incidência do Aedes aegypti diminui
no período seco e baixa drasticamente até junho. Com isso, a transmissão
do vírus pelo mosquito não será mais uma preocupação durante as
competições. “Os vetores que transmitem a doença caem muito (no inverno)
e a transmissão estará minimizada”, destacou.
Um dia após a Organização Mundial da Saúde (OMS) decretar emergência
internacional de saúde pública para casos de microcefalia associada ao
zika vírus, representantes da organização do evento informaram que o COI
está orientando os comitês olímpicos nacionais sobre métodos de
prevenção ao Aedes, incluindo o uso de roupas longas e repelentes. “Os
apartamentos da Vila Olímpica terão ar-condicionado. É importante manter
as janelas fechadas”, disse Grangeiro.
Também ontem a presidente Dilma Rousseff assegurou que dará prioridade
ao combate ao Aedes aegypti. “Não faltarão recursos”, garantiu.
A OMS anunciou um plano internacional para identificar casos de
microcefalia. Para isso, quer padronização do tamanho da circunferência
da cabeça de bebês. Serão aplicados inicialmente R$ 120 milhões. Dos
3.670 casos suspeitos de microcefalia (76,7% das 4.783 notificações),
404 já tiveram confirmação. Destes, 17 têm relação com o vírus zika.
Fonte: O Dia (Com Reuters)
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