Há algum tempo o zika vírus deixou de ser uma preocupação exclusivamente brasileira e já tomou dimensões mundiais. De acordo com números da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), 22 países e territórios já confirmaram a sua circulação desde maio de 2015. O problema é que, na maioria dos casos, trata-se de uma doença assintomática.
Ainda segundo a Opas, em 2016 a estimativa é de que entre três e quatro milhões de pessoas devem contrair o vírus no continente americano – 1,5 milhão dos casos no Brasil. Para especialistas consultados pelo jornal britânico The Guardian, os dados indicam uma epidemia mais intensa do que a do ebola, em 2014.
Um dos motivos é a dificuldade de monitorar o surgimento de novos afetados, já que 80% deles não apresentam sintomas, o que torna o diagnóstico mais complicado. Outro agravante é a falta de estudos científicos, em estágio avançado, para o desenvolvimento de uma vacina, que envolveria ainda a questão ética de testes em mulheres grávidas.
Nem sempre é uma doença assintomática
Mais, ainda que a maioria dos casos de zika vírus seja silenciosa, é bom ficar atento à aparição de alguns sintomas que podem aparecer. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), os mais perceptíveis são:
- Febre baixa
- Hiperemia conjuntival (olhos vermelhos) sem secreção e sem coceira
- Manchas ou erupções na pele com pontos brancos ou vermelhos
- Dores musculares, de cabeça e nas costas
Nem todos os portadores sentem esses sintomas, alguns podem apresentar apenas dois ou três deles. O certo é que, a partir da picada infectada, a doença tem um período de incubação de aproximadamente quatro dias até que a manifestação aconteça. O comum é que os sinais durem até sete dias.
Melhor tratamento ainda é a prevenção
Tratar o zika vírus ainda é tarefa complicada. Por ser muitas vezes uma doença assintomática e com um quadro clínico similar a uma gripe ou virose comum, o tratamento exige alguns cuidados.
Por exemplo, conforme orientações do Ministério da Saúde, deve-se evitar o uso de aspirinas e drogas anti-inflamatórias, devido ao risco aumentado de complicações hemorrágicas. Além disso, como não existe um medicamento específico contra o vírus, o tratamento feito é apenas para aliviar os sintomas.
A melhor saída, segundo a médica infectologista Sylvia Lemos Hinrichsen, ainda é a prevenção, combatendo o mosquito e vetor Aedes aegypti. Medidas como armazenar lixo em sacos plásticos fechados, manter a caixa d’água completamente vedada e não deixar água acumulada em calhas são ótimas aliadas.
Também vale recolher recipientes que possam ser reservatórios de água parada e encher com areia os pratinhos dos vasos de plantas. Ao mesmo tempo, você também ajuda a evitar a disseminação da dengue, uma velha conhecida dos brasileiros.
Fonte: Doutíssima
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