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Padre Monteiro: O "pequeno gigante" evangelizador do Cariri

Padre Monteiro é um dos fundadores da Comunidade Filhos Amados do Céu. (Foto: Cícero Valério/Agência Miséria)
Semanalmente a comunidade católica juazeirense tem um só destino: o Ginásio Poliesportivo. Milhares de pessoas buscam todas as terças-feiras uma palavra de apoio e orientação. As pessoas procuram uma comunidade católica que tem buscado ser no mundo um reflexo de amor, cuidando da vida em todas as etapas e situações. 
A fé das pessoas fica evidenciada na concentração durante as orações. (Foto: Cícero Valério/Agência Miséria)
Não dá para contar o número de pessoas, mas estimam-se, em média, cinco mil em cada celebração. A emoção começa a ficar evidente já nos momentos que antecedem a abertura da celebração definida como sendo de cura e libertação. A Comunidade Católica Filhos Amados do Céu começou, como a grande maioria, sendo um Grupo de Oração e seis anos depois reúne multidões graças ao trabalho de evangelização e social realizado a partir de seus fundadores em Nova Olinda: padre Sebastião Monteiro da Silva e o casal Carlos Eduardo Nicolau e Maria Dalvani Vieira.

Podemos definir a comunidade como uma instituição que busca ser efetivamente no mundo reflexos de amor e fraternidade, cuidando de pessoas em diversas situações a partir do evangelho e obras sociais. É uma das maiores e principais da chamada RCC (Renovação Carismática Cristã) em atuação no Cariri Cearense.

As pessoas, durante a celebração, são mais que fieis que respondem as perguntas do sacerdote. Transformam-se em agentes partícipes de todo o evento. Chegam cedo para garantir o melhor local e as arquibancadas mais parecem um “formigueiro humano”. É a força do catolicismo popular acontecendo de forma paralela ao catolicismo romano. Emoção desde a entrada da imagem de Nossa Senhora com a cantora lírica Samira Denoah. Até dependuradas em partes do alambrado, existem pessoas querendo uma melhor posição para ver aquele homem pequenino na estatura, mas que se agiganta quando abre a boca e fala sobre o Evangelho do Cordeiro de Deus, Jesus Cristo.

Os fieis cantam e choram. Emocionam-se, oram e choram. Diante deles, o “pequeno gigante” segue com sua voz mansa e calma, compensada por um ótimo sistema de som fazendo ecoar como a mensagem de otimismo de que ninguém pode perder a esperança ao enfrentar algum tipo de problema e que vai ultrapassar com ajuda do Divino Espírito Santo, ou seja, o amor do Pai, Deus, e do Filho, Jesus. 

Mais de cinco mil pessoas participam semanalmente das celebrações. (Foto: Cícero Valério/Agência Miséria)
Como que ungido, o reverendo fala a quem se encontra na celebração como se conhecesse o problema de cada um. Da mulher com dificuldades para engravidar ao homem com algum tipo de câncer. Da mulher entristecida com a mudança de comportamento do esposo em função do álcool, ao homem que se distancia da esposa movido pelo alcoolismo, uma doença, e algum possível problema espiritual.

A reportagem do Site Miséria identificou ai uma particularidade. Existe tanta fé entre os fiéis para com a pregação que muitos levam fotos de familiares que não podem comparecer. Outros ligam para os familiares e ficam com aparelhos telefônicos voltados para as caixas de som para que ouçam as palavras do “pequeno gigante”. Por dever de justiça é preciso reconhecer também a participação de Carlos Nicolau na celebração. Ele também se dirige aos participantes e ajuda no processo de evangelização. 
Carlos Nicolau é um dos fundadores da Comunidade Filhos Amados do Céu. (Foto: Cícero Valério/Agência Miséria)
Muitas pessoas durante a celebração entram como que em transe e algumas chegam inclusive a desmaiar (mesmo que rapidamente). A reportagem se resguarda de apresentar fotos ou imagens da TV Miséria desses momentos por zelo e opção editorial do Site Miséria. Uma senhora chegou a recomendar a nossa equipe para não publicar nenhuma imagem do que apenas ela definiu como “exorcismo” numa aparente censura popular. A missão do site Miséria é a de reportar, noticiar e informar, mas lamenta que em função de um momento de emoção, sem sequer saber o que é exorcismo e como ocorre a metodologista de autorização a partir, no caso de sacerdotes católicos, por parte do próprio Vaticano, que venham querer interferir na cobertura.
Pessoas adultas, jovens e crianças reconhecem o carisma de padre Monteiro. (Foto: Cícero Valério/Agência Miséria)
O acadêmico do curso de Medicina e integrante da SHEPE (Sociedade de Hipnose do Estado do Pernambuco), Daniel Victor Lima Gonçalves, foi contactado pela reportagem e afirmou que a reação das pessoas pode ser um estado de transe coletivo. “A expectativa, a fé, gerada, contribui para alcançar o estado alterado da consciência, podendo conceber inúmeras manifestações físicas, como as observadas nas celebrações”, explicou. Sobre saúde, segundo o acadêmico, com base em estudos e pesquisas publicadas em revistas científicas de todo o mundo, as manifestações podem sim, melhor prognóstico de determinada doença, bem como levar ao fiel sua cura.  

Simplicidade

Padre Monteiro é simples desde o nascimento, oriundo que é, de uma família de trabalhadores rurais. Sempre se sentiu vocacionado para religião. Iniciou estudos no Seminário Servos do Sagrado Coração em Campos Sales, no Cariri Oeste, pedindo, posteriormente, transferência para o Seminário de Crato. Ordenado em 23 de agosto de 2008, no ano de 2011 foi designado para atuar como Vigário Paroquial quando fez bom trabalho ao lado dos padres Paulo Lemos e José Ricardo. Não conseguia esquecer o trabalho de sua comunidade em Nova Olinda e apoiava na medida do possível. Com implantação da Paróquia do Sagrado Coração de Jesus da Vila Palmeirinha foi nomeado pároco. Posteriormente solicitou ao Bispo Diocesano, Dom Fernando Panico, e foi atendido, sendo dispensado de trabalhos paroquiais para se dedicar exclusivamente a Comunidade Filhos Amados do Céu.

A comunidade realiza trabalho social em Crato, no Bairro Buriti, no Conjunto Padre Cícero. Na zona rural de Nova Olinda, Sítio Zabelê, uma unidade foi aberta para tratar de pessoas com dependência química. A assistência social não fica exclusiva a esses locais. Padre Monteiro também se desloca atendendo chamamentos para orar junto a pessoas deprimidas ou acamadas. O baluarte da comunidade é São João Evangelista e a inspiração de caridade está em São Francisco de Assis.  A misericórdia trabalhada nos obreiros é baseada em Santa Faustina e o trabalho missionário em São Paulo. A obra social é realizada graças às doações dos voluntários da comunidade.

Conheça mais sobre a celebração na TV Miséria, inclusive com uma entrevista com os fundadores da Comunidade Filhos Amados do Céu:

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