No primeiro embate direto desde a chegada ao
Brasil da pandemia do coronavírus, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e
o governador João Doria (PSDB-SP) trocaram acusações duras sobre a condução da
crise sanitária.
Bolsonaro disse que o tucano não tem autoridade
para criticá-lo após ter sido eleito em 2018 com sua ajuda e, depois, de ter
lhe virado as costas. Já o Doria cobrou "serenidade, calma e
equilíbrio", e ameaçou ir à Justiça se o governo federal confiscar respiradores
mecânicos para doentes graves com Covid-19.
O duelo ocorreu durante a tensa videoconferência
na qual Doria e os outros governadores do Sudeste, Wilson Witzel (PSC-MG),
Romeu Zema (Novo-MG) e Renato Casagrande (PSB-ES) discutiram a emergência nacional
do vírus.
“Subiu à sua cabeça a possibilidade de ser
presidente do Brasil. Não tem responsabilidade. Não tem altura para criticar o
governo federal”, disse o presidente ao tucano. ”Se você não atrapalhar, o
Brasil vai decolar e conseguir sair da crise. Saia do palanque”, afirmou
Bolsonaro.
Veja o vídeo:
TENSÃO
Em pronunciamento na noite da última terça-feira
(24), Bolsonaro criticou o fechamento de escolas e do comércio, contrariou
orientações dos órgãos de saúde e atacou governadores. As declarações imediatamente provocaram
repúdio de congressistas, governadores, no Judiciário e em diferentes setores
da sociedade.
Em sua fala, Bolsonaro questionou procedimentos
que têm sido adotados por todo o mundo, como o fechamento de escolas, e
minimizou riscos da doença, como ao sugerir que as medidas de controle se
restrinjam apenas aos mais velhos, além de contrariar órgãos de saúde e
distorcer o cenário da pandemia.
O número de mortes por causa da Covid-19 subiu
para 46 nesta terça-feira (24), segundo o Ministério da Saúde. É o maior salto
em um único dia: 12. O primeiro óbito foi registrado no dia 17 deste mês. O
país já soma, desde o início da crise do coronavírus, 2.201 confirmações da
nova doença.
Com informações da Folha de S. Paulo
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