A escola Pueri Domus,
de São Paulo, decidiu decretar quarentena de 15 dias a alunos que tenham
viajado a 16 países onde foram detectados casos de coronavírus.
A medida contraria o
Ministério da Saúde e é criticada por infectologistas, como David Uip, coordenador
do Centro de Gestão do Coronavírus do Estado de São Paulo. "Além de não
ser efetivo, não é pertinente, nem conveniente, nem ajuda", diz Uip.
Para o secretário de
Vigilância do Ministério da Saúde, Wanderson Oliveira, é lamentável.
"Parece que
estamos na idade média, quando os países tinham os lazaretos. Fazer qualquer
medida contra um país específico é, no mínimo, irracional, pois não vai impedir
a introdução da doença caso a origem não esteja na orientação da escola."
Lazaretos eram
estabelecimentos que ficavam junto aos portos, aos quais se recolhiam viajantes
procedentes de países onde havia epidemias ou doenças contagiosas.
Uip diz temer os
efeitos que medidas como essa possam ter em cascata. "Se isso vira moda
entre alunos de escolas, o que vai acontecer com todas as outras atividades,
como bancos e indústrias?", afirma.
"As condutas
para o enfrentamento da doença são hierarquizadas e devem ser de atribuição do
Ministério da Saúde". Ele afirma que já acionou o ministério para que,
nesta segunda (2), sejam tomadas providências para evitar medidas como essa.
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