O segundo dia de prova do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) teve abstenção de 30,6% dos inscritos, disse o ministro da Educação, Camilo Santana, neste domingo (10).
Divulgação dos gabaritos odiciais será adiantada para a próxima semana.
1.925 participantes foram eliminados neste domingo (10), a maioria por uso de aparelhos eletrônicos | ( José Cruz / Agência Brasil)
O número é menor que o dos
últimos dois anos. A abstenção no segundo dia de prova foi de 32% em 2023 e
32,1% em 2022.
Os dados foram divulgados neste
domingo num balanço preliminar sobre a avaliação.
Camilo disse ainda que o Inep,
órgão do MEC que realiza a prova, vai antecipar a divulgação dos gabaritos das
provas. "Vamos divulgar o gabarito na próxima semana. Estava previsto para
o dia 20. A data ainda será anunciada", disse o ministro.
O balanço divulgado neste
domingo mostra que 1.925 participantes foram eliminados do Enem neste segundo
dia de prova. As principais razões foram o uso de equipamentos eletrônicos e
saída do local de prova antes do horário permitido, entre outros.
Houve ainda 1.037 ocorrências,
como emergências médicas e interrupções temporárias de energia. "A
aplicação da prova ocorreu em todo o país sem ocorrências graves", disse
Camilo.
O primeiro dia de prova do Enem
teve uma abstenção menor, de quase 27%. O ministro disse que a presença
superior de inscritos este ano em relação às edições anteriores foi resultado
de inovações adotadas pelo governo, como o uso de geolocalização dos candidatos
para definir o local de prova.
A abstenção do segundo dia de
prova costuma ser maior que a do primeiro dia. No último domingo, 4.999
participantes foram eliminados por infrações como sair antes do horário
permitido ou utilizar equipamentos eletrônicos.
Os candidatos fizeram neste
domingo as provas de ciências da natureza e matemática. Foram 45 questões de
múltipla escolha de cada área do conhecimento.
O tempo de prova foi das 13h30
às 18h30 —meia hora a menos que no domingo passado, quando os inscritos tiveram
de escrever uma redação sobre o tema "desafios para a valorização da
herança africana no Brasil".
O Enem deste ano teve mais de
4,32 milhões de inscritos em todo o país, um aumento de 9,95% em relação a
2023.
Do total de inscritos, 1,6
milhão são alunos que cursam o último ano do ensino médio. O número é 15,4%
superior à quantidade de alunos concluintes do ensino médio que fizeram o Enem
no ano passado.
A retomada de participantes na
prova, sobretudo daqueles que estão concluindo a educação básica, ocorre após o
Enem ter chegado ao menor patamar durante o governo Jair Bolsonaro (PL). Em
2021, 3,3 milhões se inscreveram para prova, dos quais 1,1 milhão eram
concluintes.
Segundo os dados do Inep, 14
estados brasileiros conseguiram registrar a inscrição de 100% dos alunos de
escola pública no Enem. Santa Catarina e São Paulo são os que tiveram,
proporcionalmente, o menor número de inscritos, com 73,48% e 79,87%,
respectivamente.
O aumento das inscrições é
atribuído a uma melhor comunicação e propaganda do Enem e também a ações para
incentivar a participação dos alunos, como o programa Pé-de-Meia, lançado pelo
governo Lula (PT) em janeiro deste ano.
A prova é uma das principais
portas de entrada para instituições públicas e privadas de ensino superior do
Brasil.
O Exame Nacional do Ensino
Médio foi aplicado em 1.153 municípios, em 10.776 locais de provas e com quase
150 mil salas de prova.
O segundo dia de provas do Enem
2024 trouxe questões que falavam sobre a vacina contra a Covid, saúde do professor,
a reforma do estádio do Maracanã e uma tirinha da cartunista Laerte.
Professores ouvidos pela
reportagem afirmam que o exame deste ano não trouxe questões com alto grau de
dificuldade, mas dizem que a prova pode ter sido cansativa em razão dos textos
longos nos enunciados.
Eles também destacam, por outro
lado, que a prova abordou várias situações comuns do cotidiano dos estudantes,
o que pode facilitar a resolução.
Wagner Araujo, professor e
coordenador do Elite Rede de Ensino, aponta também que a prova trouxe questões
financeiras que conversam com a realidade dos jovens. "A prova estava bem
focada nisso, de trazer utilidade mesmo da matemática para o ambiente de convívio
dos nossos alunos, não só deles, mas como de todos nós", diz.
Para Sérgio Ghiu, professor de
matemática do Colégio e Sistema pH, o exame deste ano manteve o padrão dos
anteriores. "Foi uma prova abrangente, cobrindo temas essenciais com
clareza, mas sem trazer grandes surpresas, beneficiando os estudantes bem
preparados em conteúdos fundamentais e intermediários", diz.
Em ciências da natureza, as
questões também trataram de assuntos atuais, como reciclagem de alumínio,
poluição por microplásticos e agrotóxicos. "A prova de química estava
muito bem escrita e tranquila, com poucas contas. Destaco questões que
envolviam preocupação com o meio ambiente", diz Virgílio de Aveiro,
professor de química da Escola SEB Lafaiete.
Em biologia, os professores afirmam
que as questões abordaram muitos assuntos ligados a doenças e impactos
ambientais.
Autor:Cézar Feitosa /
Folhapress.
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