O aumento no preço dos alimentos e das bebidas foi um dos fatores que contribuíram para a inflação fechar outubro acima do esperado, segundo dados do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta sexta (8).
Entenda as causas e as variações de preços dos alimentos.
Em setembro, o aumento do preço das carnes foi de 2,97%. | Foto: Wildes Barbosa/ O Popular
A maior variação neste grupo veio
das carnes bovinas, que ficaram 5,81% mais caras, o segundo maior impacto na
inflação atrás apenas da energia elétrica. Os cortes com maior impacto foram
acém (9,09%), costela (7,40%), contrafilé (6,07%) e alcatra (5,79%). Foi a
maior variação mensal das carnes desde novembro de 2020, quando o índice foi de
6,54%.
O aumento no grupo foi
influenciado também pelo preço dos óleos e de gorduras e pescados, que ficaram
2,91% e 1,52% mais caros, respectivamente. Bebidas e infusões (1,5%) e leites e
derivados (1,3%) fecham a lista dos cinco itens que mais tiveram aumento dos
preços no grupo "alimentação no domicílio".
Segundo o IBGE, a redução no
número de abates de animais, o aumento das exportações em outubro, provocado
pela valorização do dólar, e questões climáticas são os fatores que fizeram a
oferta no mercado nacional diminuir e os preços aumentarem.
"Temperaturas mais quentes
reduzem a qualidade do pasto e às vezes fazem com que os produtores tenham que
migrar o gado para confinamento, o que gera maiores custos", afirma André
Almeida, gerente de IPCA do IBGE. "A gente já vinha comentando desde o mês
passado e observamos a alta de carne já no mês de setembro [...] o período de
seca foi bem mais intenso, o que prejudicou a produção", diz.
Em setembro, o aumento do preço
das carnes foi de 2,97%.
Os únicos itens de alimentação
que ficaram mais baratos foram as frutas, hortaliças e verduras e tubérculos,
raízes e legumes. O decréscimo nesses itens foi de 1,06%, 1,36% e 2,51%,
respectivamente.
A queda se deu devido aos preços
da manga (-17,97%), mamão (-17,83%), cebola (-16,04%), banana-prata (-6,10) e
batata-inglesa (-3,45). No acumulado do ano, porém, as duas últimas registram
aumento de 13,07% e 36,46%, respectivamente.
Entre as altas, destaca-se o
limão, que ficou 46,78% mais caro em outubro –alta de 23,11% em relação aos
últimos 12 meses e de 72,45% ao início deste ano. Já o tomate teve alta de
9,82% em outubro, mas nos últimos 12 meses apresentou queda de 26,25%.
A alimentação fora do domicílio
ficou 0,65% mais cara, sendo que a refeição acelerou de 0,18% em setembro para
0,53% em outubro, e o lanche de 0,67% para 0,88%.
Fonte:FOLHAPRESS
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