O governador Elmano de Freitas fez uma avaliação do desempenho do PT nas eleições de 2024. Ele considera que houve um avanço do partido quanto aos resultados das urnas, mas pondera que há desafios para uma renovação na sigla e que a revelação de novas lideranças para os próximos anos é necessária para reestruturar a legenda.
FORTALEZA-CE, BRASIL, 25-10-2024: Elmano de Freitas, governador. Governo realiza aulão Enem. (foto: Fabio Lima/ OPOVO) Crédito: FÁBIO LIMA
"Nós temos um trabalho muito
forte, por exemplo, em formação de lideranças. Aqui no Ceará, eu penso que
temos feito uma renovação muito significativa. Eu mesmo sou uma liderança nova
no partido, e estou como governador. Nós temos vários prefeitos do nosso
partido, que são lideranças novas, de 35 [anos] para baixo, ou seja, lideranças
que estão surgindo. E acho que em vários estados, nós precisamos dar voz e vez
às novas lideranças", afirmou Elmano em entrevista nessa sexta-feira, 1º,
para a CNN Brasil.
Fortaleza foi a única capital a
eleger um prefeito do PT, com Evandro Leitão (PT) vencendo a disputa por uma
diferença inferior a 11 mil votos André Fernandes (PL). Passado o embate, o
governador reflete sobre o momento em que o partido vive e os motivos de
lideranças de direita terem apresentado um bom desempenho eleitoral.
"Se nós olharmos como a
extrema direita cresceu recentemente no Brasil, ela cresceu com novas
lideranças, lideranças novas que foram aparecendo na luta política. Na esquerda
ainda temos um número de lideranças novas que estão crescendo em ritmo muito
lento. Então nós temos que acelerar a possibilidade de reforçar essas
lideranças novas, seja do PT, do PSB, dos partidos progressistas" apontou.
O governador defendeu ainda que,
para eleições gerais, o eleitor leva em consideração aspectos diferentes quanto
à escolha de seu candidato. "São processos distintos, separados, com
dinâmicas próprias, com critérios do eleitor na hora de votar, também
diferenciados. E portanto é importante ter muita cautela, porque nós precisamos
do PT fazer a nossa avaliação interna, avaliar o que podemos melhorar, o que é
que tem de novo na sociedade brasileira, que nós estamos tardando a dialogar
com uma maior intensidade, e ao mesmo tempo saber que tudo isso na eleição
presidencial vai se colocar de uma maneira diversa do que se coloca na eleição
municipal", concluiu.
Elmano defende PEC da segurança:
"Todos os estados vivenciam situações muito difíceis"
O governador do Ceará também
falou sobre a reunião entre governadores, o presidente Luiz Inácio Lula da
Silva (PT) e membros do Governo Federal que discutiu as mudanças que devem ser
propostas na Constituição na área de segurança pública. O petista avaliou que
há um entendimento entre os governadores da necessidade de
"endurecer" a legislação e mudar o sistema de progressão de penas,
além de unificar os dados.
"Eu considero muito
importante e creio que temos todas as condições de aprovar porque efetivamente
todos os estados vivenciam situações muito difíceis no que diz respeito à
segurança pública do País, é o maior desafio de política pública que temos hoje
para nossa sociedade", considerou.
A reunião teve momentos de
desconforto como a da fala do governador goiano, Ronaldo Caiado (União Brasil),
que alegou que a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) seria "uma
intervenção indevida no poder estadual". Lula chegou a ironizar a declaração
ao fim do encontro.
Apesar disso, Elmano considerou que
"todas as forças políticas" desejam endurecer a legislação. "Não
podemos conviver com a situação de pessoas com cinco, seis homicídios e
permanecem soltas ou que tenham uma progressão de regime que tem como
consequência ela ser solta", ressaltou.
Além da PEC, Elmano apontou ser
necessário também a implementação de outras medidas. "Também temos (os
governadores) uma opinião clara de que apenas colocar na Constituição é
insuficiente para atender e o medo que hoje nosso povo sente. Os governadores
que estiveram na reunião, todos, absolutamente todos, foram muito enfáticos de
que nós podemos discutir e aprovar a PEC, um ou outro questionamento, que é
possível chegar em um entendimento, mas é preciso medidas práticas",
disse.
Fonte: O POVO
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