O tema da redação do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) 2024 foi “Desafios para a valorização da herança africana no Brasil”. O título da redação provocou o debate no País dividido. A direita considera o tema uma pauta de esquerda em ataque à direita.
É louvável a colocação por parte
dos elaboradores da prova. Despertou no brasileiro um bom debate não só na
academia, mas na família e no meio político. Não podemos esquecer nossa origem.
O deputado De Assis Diniz, líder
do bloco liderado pelo PT na Alece, fez um belo discurso ao discorrer sobre o
tema da herança africana no Brasil. Disse ele: “A elite política é perversa com
o pobre e com o preto, não quer que eles andem de avião, não quer que o
empregado doméstico tenha carteira assinada, aposentadoria, como se escravos
fossem”. O parlamentar assim se posicionou, olhando nos olhos dos colegas de
direita e de esquerda.
De Assis tem origem na pobreza do
sertão, venceu na vida, realizando seus estudos na rede pública de ensino. É
bacharel em Direito (Unifor) e História (UECE) e também especialista em Gestão
Pública (Unicamp). Fez doutorado e estudou Economia do Trabalho (Unilab). Foi
metalúrgico e, atuando como sindicalista, presidiu a Federação dos Metalúrgicos
do Norte/Nordeste. É um currículo admirável, que se completa na atuação no
serviço público, onde foi secretário de Estado, dirigiu o IDT e presidiu o PT.
Trabalha muito.
A sociedade precisa saber que os
africanos descobriram e construíram o Brasil, Portugal, Espanha e França. Foram
escravos e, agora, são vítimas do racismo doentio de pessoas que não aceitam a
mudança no universo, onde o preto recebe Nobel de medicina, literatura, química
e física. Onde o preto é premiado com o Oscar de melhor diretor e ator no
cinema. Não aceitam o preto ser dono de banco, de construtora e comandar o
agronegócio.
O pobre e o preto estão a bordo
dos aviões e navios há muito tempo, utilizam carros e motos de luxo, comem nos
melhores restaurantes. A virada aconteceu porque eles estudam, trabalham e
construíram uma história nova, mas sem esquecer o passado.
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