O Novembro Azul é uma campanha de conscientização sobre a saúde masculina realizada anualmente, com atenção especial para o câncer de próstata. A campanha tem como objetivo alertar a população sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce da doença. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o tumor maligno de próstata é o segundo tipo de câncer mais incidente na população masculina em todas as regiões do Brasil, atrás apenas dos tumores de pele não melanoma.
Campanha Novembro Azul visa conscientizar sobre um dos tumores mais comuns na população masculina e que, geralmente, é assintomático nos primeiros estágios. Saiba como se prevenir da doença.
No Brasil, estimam-se 71.730 novos casos por ano para o triênio 2023-2025. | Luiz Edmundo Guimarães (Leg)
No Brasil, estimam-se 71.730
novos casos por ano para o triênio 2023-2025. Atualmente, é a segunda causa de
óbito por câncer na população masculina, reafirmando sua importância epidemiológica
no País. De acordo com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), no Pará
foram registrados 642 casos no ano de 2023. Já neste ano, foram contabilizados
237 casos entre os meses de janeiro e agosto.
Conforme o Ministério da Saúde,
o câncer de próstata não costuma apresentar sintomas na fase inicial, sendo que
em 95% dos casos o paciente percebe as alterações quando a doença já está em
estágio considerado avançado. A médica oncologista e diretora clínica do Centro
de Tratamento Oncológico (CTO), Paula Sampaio, destaca que os sintomas mais
comuns são dificuldade de urinar, sangue na urina, vontade de urinar várias
vezes além do normal e diminuição do jato de urina. “É importante reforçar que,
geralmente, nas fases iniciais o câncer de próstata é assintomático”.
EXAME
Os exames utilizados para a
investigação diagnóstica do câncer de próstata são o PSA e o toque retal. O
exame de PSA tem a finalidade de medir no sangue o antígeno prostático
específico, que é uma proteína produzida pela próstata e está disponível na
corrente sanguínea e no sêmen. Níveis alterados dessa proteína podem indicar
alterações na próstata. O toque retal possui a finalidade de avaliar o tamanho,
o volume, a textura e a forma da próstata. Vale destacar que esses exames são
recomendados para a investigação, mediante suspeita de câncer de próstata.
“Fazer o rastreamento é a
melhor forma de prevenção para diagnosticar a doença no início. Todo homem, a
partir dos 50 anos, deve se consultar anualmente com um urologista, que vai
solicitar exames como o PSA e o toque retal. O preconceito com o toque retal
ainda é um problema. E é um exame rápido e indolor. Além disso, o homem é mais
negligente com a própria saúde do que a mulher. Muitas vezes, só vai ao médico
quando é ‘empurrado’ pela esposa”.
O diagnóstico ideal é aquele
feito logo no início da doença. Para isso, o homem deve fazer o rastreamento.
Ou seja, se consultar regularmente com um urologista, mesmo sem ter nenhum
sintoma. Quando confirmado o diagnóstico, entre os principais tratamentos estão
cirurgia, radioterapia, hormonioterapia, quimioterapia, imunoterapia e
terapia-alvo, que serão indicados de acordo com a fase em que a doença for
diagnosticada, a idade e outras condições do paciente.
De acordo com a médica
oncologista, a equipe médica pode optar por apenas uma modalidade ou mais de
uma, que podem ser feitas concomitantemente. “Vale ressaltar que o câncer de
próstata é muitas vezes uma doença de desenvolvimento lento. Por isso,
dependendo de alguns fatores, o médico pode recomendar inclusive apenas o
acompanhamento, sem um tratamento efetivo”.
Incontinência urinária e
disfunção erétil são as sequelas mais comuns, mas é importante destacar que
muitas vezes são reversíveis. Além disso, a técnica cirúrgica avançou bastante.
Hoje, o cirurgião consegue isolar feixes vasculares e nervosos e prevenir o
problema da disfunção erétil. Também é possível preservar o esfíncter urinário,
diminuindo o risco de o paciente ter incontinência.
O principal fator de risco é a
idade. “Aproximadamente 60% dos cânceres são diagnosticados em homens com mais
de 65 anos”, ressalta a oncologista. Depois, o histórico familiar. “Ter um
parente de primeiro grau com diagnóstico de câncer de próstata aumenta duas
vezes a probabilidade de desenvolver a doença. O risco é maior quando é um
irmão e quando há mais de um caso na família. Homens negros possuem maior risco
de desenvolver a doença e vários estudos sugerem fortemente que a obesidade
também é fator de risco. Quem tem risco aumentado deve começar o rastreamento
cedo. Em geral, aos 45 anos”.
Autor:Rafael Rocha/Dol
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