Nesta segunda-feira (14), o Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) e a Sociedade Brasileira de Córnea (SBC) informaram que, entre os pacientes que receberam órgãos de doadores infectados com HIV, os que receberam as córneas não contraíram o vírus.
Por não serem vascularizadas, as córneas não tinham vestígios do vírus que pudessem infectar quem foi transplantado.
Laboratório terceirizado liberou erroneamente órgãos de pessoas infectadas com HIV para doação | (Fernando Frazão/ Agência Brasil)
De acordo com as instituições,
isso acontece porque o tecido não é vascularizado. As entidades reforçaram,
ainda, que não há histórico na literatura médica da transmissão do HIV por meio
do transplante de córnea.
“O que ocorreu no Rio de Janeiro
foi um fato isolado, embora gravíssimo, decorrente do erro de exame sorológico
realizado por um único laboratório, não correspondendo ao nível de excelência
que se tem em toda a rede envolvida no sistema”, afirmaram.
Ao menos seis pessoas que
receberam transplante de órgãos no Rio de Janeiro este ano foram diagnosticadas
com HIV após erros do laboratório terceirizado que realizava os diagnósticos
nos órgãos doados.
As entidades enfatizaram ainda
que “o sistema brasileiro de transplantes é o maior sistema público de
transplantes do mundo, possuindo um alto nível de confiabilidade e
transparência”.Entidades da saúde falam sobre o caso
Além do CBO e da SBC, diversas sociedades médicas se manifestaram sobre o caso de transplante de órgãos de doadores com HIV.
“A entidade espera que as
circunstâncias que levaram à contaminação pelo vírus HIV de pacientes
transplantados no sistema de saúde do Rio de Janeiro sejam o mais brevemente
esclarecidas e conduzam a melhorias na prestação e fiscalização da qualidade
dos serviços laboratoriais do país, tanto na iniciativa pública, quanto
privada, lembrando que há normas sanitárias rígidas para a segurança dos
procedimentos”, disse a Sociedade Brasileira de Patologia Clínica e Medicina
Laboratorial (SBPC/ML).
A Sociedade Brasileira de
Infectologia (SBI) emitiu nota reforçando sua “confiança nas práticas
atualmente adotadas para garantir a segurança de doadores e receptores de
transplante”.
A Sociedade Paulista de
Infectologia (SPI) também ratificou a segurança nos transplantes. “Apesar dos
eventos recentes no Rio de Janeiro, reforçamos que o país tem protocolos
rigorosos que garantem a segurança do processo de doação, incluindo exames sorológicos
não apenas do HIV, mas também hepatites, além de doenças bacterianas e virais.”
Autor:Rafael Miyake-
Fonte:Estadão
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