O número de cearenses que vivem sozinhos mais do que dobrou entre os últimos dois Censos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), conforme nova rodada divulgada nesta sexta-feira (25). Ao todo, havia 497.219 unidades domésticas unipessoais em 2022, contra 228.600, em 2010.
Segundo o estudo “Composição
domiciliar e óbitos informados: Resultados do universo”, a espécie unipessoal é
aquela que possui apenas 1 pessoa moradora.
Percentualmente, essas quase 500
mil unidades representam 16,5% do total de domicílios do Estado. No Censo
anterior, eles representavam apenas 9,6%.
No Ceará, esse é o terceiro tipo
de domicílio mais comum, atrás dos nucleares e estendidos (saiba mais abaixo).
Já no contexto nacional, é o segundo mais frequente, com média de 18,9%.
Veja os principais Estados:
Rio de Janeiro: 23,4%
Rio Grande do Sul: 22,3%
Espírito Santo: 20,6%
Bahia: 20,2%
Minas Gerais: 20%
Goiás: 19,7%
Nessa categoria, o Ceará fica na
18ª posição entre as unidades federativas.
Conforme o IBGE, a análise do
ciclo de vida é importante para entender as nuances dos resultados. Idosos que
moram sozinhos, por exemplo, reforçam contextos do processo de saída dos filhos
de casa, o divórcio ou a viuvez.
“Esse resultado mostra uma
relação importante entre unidades domiciliares unipessoais e o processo de
envelhecimento populacional já em curso no país”, avalia o Instituto.
Outros tipos de domicílios
A nova divulgação também
contempla as espécies de unidades domésticas classificadas como nucleares,
estendidas e compostas.
Nucleares
As unidades nucleares são aquelas
que possuem somente um casal, ou somente um casal com filho(s), ou somente uma
pessoa com filho(s), sem a presença de outro membro. Os filhos podem ser
considerados por consanguinidade, adoção, criação ou enteados.
Essa categoria é a mais frequente no país e no Ceará. Nesse Estado, o número cresceu de 1.557.469 para 1.938.363, entre os últimos Censos. No entanto, a proporção caiu de 65,7% para 64,1%.
Estendidas
Já as espécies estendidas são
aquelas onde existe a presença do responsável e de pelo menos algum outro
parente, formando um arranjo que não se enquadra em um dos tipos descritos como
nuclear. No caso cearense, também houve queda de 506.141 (21,3%) para 532.486
(17,6%).
Compostas
Por fim, nos domicílios
compostos, existe a presença de alguma pessoa sem parentesco, como agregado(a),
pensionista, convivente, empregado(a) doméstico(a) ou parente do empregado(a)
doméstico(a). Mais raro, esse tipo passou de 77.601 domicílios cearenses em
2010 (3,27%) para 54.149, em 2022 (1,8%).
Casas menos populosas
Outro dado que teve queda
importante foi o de domicílios no Ceará com 6 ou mais moradores. Em 2010, foram
encontrados 283.926 lares desse tipo, representando 12% do total. Já em 2022,
foram 136.722 - apenas 4,5%.
Conforme o IBGE, de forma geral,
essa configuração de moradia é mais comum quando os responsáveis são pessoas de
cor ou raça negra (pretos e pardos) ou indígenas.
Diário do Nordeste
0 Comentários