O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino determinou a realização de nova audiência de conciliação entre o governo federal e o Congresso em 10 de outubro para tratar das emendas parlamentares RP8 e RP9, emendas de relator do Orçamento, chamadas de orçamento secreto.
Conforme a decisão anunciada
nessa segunda-feira (30), a audiência contará com representantes do Senado, da
Câmara dos Deputados, da Advocacia-Geral da União (AGU) e da Procuradoria-Geral
da República (PGR). O PSOL também vai participar da reunião por ter protocolado
a petição que questiona o orçamento secreto.
Ao justificar a nova audiência,
Flávio Dino afirmou que a decisão do Supremo proferida em 2022 para extinguir o
orçamento secreto ainda não foi totalmente cumprida.
“É absolutamente incompatível
com a Constituição Federal, inclusive quanto à harmonia entre os poderes, que
um acórdão do STF não tenha sido ainda adequadamente executado, decorridos
quase dois anos da data do julgamento que ordenou o fim do orçamento secreto,
em 19/12/2022”, afirmou Dino.
Em agosto, durante a primeira
audiência de conciliação, o ministro determinou que a Controladoria-Geral da
União (CGU) ampliasse o levantamento sobre os municípios que mais foram
beneficiados com emendas do orçamento secreto, entre 2020 e 2023.
Após a reunião, o Tribunal de
Contas da União (TCU) elaborou uma lista de 21 processos com possíveis
irregularidades nas emendas parlamentares e enviou o documento para a
Procuradoria-Geral da República (PGR) tomar providências.
Entenda
Em dezembro de 2022, o STF entendeu
que as emendas RP8 e RP9 eram inconstitucionais. Após a decisão, o Congresso
Nacional aprovou uma resolução que mudou as regras de distribuição de recursos
por emendas de relator para cumprir a determinação da Corte.
No entanto, o PSOL, partido que
entrou com a ação contra as emendas, apontou que a decisão continua em
descumprimento.
Após a aposentadoria da
ministra Rosa Weber, relatora original do caso, Flávio Dino assumiu o processo.
Em agosto, Flávio Dino
determinou que as emendas deveriam seguir critérios de rastreabilidade, e
determinou à CGU auditar os repasses realizados pelos parlamentares por meio
das emendas do orçamento secreto.
(Agência Brasil)
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