O presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Isaac Sidney, defende que a proibição do pagamento com cartões de crédito em bets, prevista para janeiro de 2025, seja adiantada. A modalidade é a mais utilizada ao se fazer apostas online no Brasil.
A preocupação da entidade é porque a modalidade é a mais utilizada nas apostas online, o que tem comprometido a renda das famílias.
Cartões poderão ser proibidos nas apostas bets | ( Reprodução/ Depositphotos ) |
"Estamos bastante
preocupados com o quanto isso pode comprometer a renda das famílias e ampliar a
inadimplência, aumentando, inclusive, o custo do crédito", afirmou a
jornalistas nesta quinta-feira (12).
Recentemente, o governo de Luiz
Inácio Lula da Silva (PT) proibiu o uso de cartão de crédito em apostas de
alíquota fixa, que englobam apostas esportivas (as chamadas bets) e jogos
online, a partir do próximo ano.
A norma, publicada pelo
Ministério da Fazenda em abril, também definiu que não serão aceitos pagamentos
em dinheiro (em espécie), boletos, cheques, criptoativos ou outras formas
alternativas de depósito que possam dificultar a identificação da origem dos
recursos.
Foram autorizados os pagamentos
via Pix ou cartões de débito. Transferências via TED e cartões pré-pagos também
serão aceitos.
Sidney disse que esteve em
audiência com o presidente Lula e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, na
qual defendeu que o governo antecipe a efetividade da medida.
Em julho, o índice de
inadimplência de pessoas físicas com o cartão de crédito ficou em 7,39%, abaixo
da média de 7,71% dos últimos 12 meses, segundo dados do Banco Central.
Em janeiro, pesquisa Datafolha
revelou que 15% dos brasileiros dizem fazer ou já ter feito apostas esportivas
online. O gasto médio mensal entre o total de pessoas que apostam é de R$ 263
-equivalente a 20% do salário mínimo de 2023. Três em cada dez apostadores
afirmam gastar mais de R$ 100 por mês, mostra o levantamento.
De acordo com o Instituto
Locomotiva, um terço desses apostadores estão endividados e possuem dois ou
mais cartões de crédito.
Autor:Júlia Moura/Folhapress
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