O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu nesta sexta-feira (14) que a inteligência artificial sirva como uma ferramenta para a paz, e não para a guerra, e voltou a cobrar um projeto de regulamentação sobre o tema que tenha a “cara do Sul-Global”. A declaração foi dada em discurso durante sessão em Puglia, na Itália, da Cúpula do G7, o grupo que reúne as sete maiores economias mundiais.
O presidente Lula em reunião do G7(RICARDO STUCKERT/PR - 20.05.2023)
“Interessa-nos uma inteligência
artificial segura, transparente e emancipadora. Que respeite os direitos
humanos, proteja dados pessoais e promova a integridade da informação. Que
potencialize as capacidades dos Estados de adotarem políticas públicas para o
meio ambiente e que contribua para a transição energética. Uma inteligência
artificial que também tenha a cara do Sul Global, que fortaleça a diversidade
cultural e linguística e que desenvolva a economia digital de nossos países. E,
sobretudo, uma inteligência artificial como ferramenta para a paz, não para a
guerra”, afirmou Lula.
Em outra parte do discurso, o
presidente brasileiro defendeu a taxação dos super-ricos. “É nesse contexto de
combate às desigualdades que se insere a proposta de tributação internacional
justa e progressiva que o Brasil defende no G20. Já passou da hora dos
super-ricos pagarem sua justa contribuição em impostos. Essa concentração
excessiva de poder e renda representa um risco à democracia. Muitos países em
desenvolvimento já formularam políticas eficazes para erradicar a fome e a
pobreza. Nosso objetivo, no G20, é mobilizar recursos para ampliá-las e
adaptá-las a outras realidades.”
Guerras
Lula também abordou os
conflitos da Rússia contra a Ucrânia e de Israel contra o grupo terrrorista
Hamas. “Em Gaza, vemos o legítimo direito de defesa se transformar em direito
de vingança. Estamos diante da violação cotidiana do direito humanitário, que
tem vitimado milhares de civis inocentes, sobretudo mulheres e crianças. Isso
nos levou a endossar a decisão da África do Sul de acionar a Corte
Internacional de Justiça. O Brasil condenou de maneira firme a invasão da
Ucrânia pela Rússia. Já está claro que nenhuma das partes conseguirá atingir
todos os seus objetivos pela via militar”, disse.
G7
O convite para Lula participar
da cúpula do G7 partiu da primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni. É a
oitava vez que o petista é convidado para participar de um encontro do grupo,
criado em 1975. Atualmente, o G7 é composto por Alemanha, Canadá, Estados
Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido.
Além da presença na cúpula do
G7, Lula terá agendas bilaterais com líderes de outros países. Por enquanto,
estão confirmadas reuniões com o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, o
presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, e a presidente da Comissão
Europeia, Ursula von der Leyen.
Fonte: R7
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