Fortaleza participou de mobilização nacional contra o projeto de lei (PL) 1904 em discussão na Câmara dos Deputados. A proposta pretende equiparar a pena pelo aborto à de homicídio, além de reduzir o tempo previsto para a realização de aborto em casos permitidos pela lei.
(FOTO | Divulgação| Elandia Duarte).
Manifestantes se reuniram na
manhã deste sábado (15), na Praça do Ferreira, no Centro de Fortaleza, e fizeram
críticas à proposta — que teve o regime de urgência aprovado na última
quarta-feira (12) por deputados federais.
A concentração do ato começou
às 8 horas, na qual lideranças discursaram contra o PL 1904. Logo após,
manifestantes percorreram ruas do Centro e encerraram o protesto por volta das
12 horas, na Praça do Carmo.
Um dos principais alvos de
críticas foi o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), com
manifestantes pedindo "Fora Lira". Em cartazes e faixas também foram
escritas dizeres como "Criança não é mãe, estuprador não é pai";
"Não ao PL do Estupro" e "Abaixo o PL da Gravidez
Infantil".
O texto do PL prevê que o
aborto realizado após 22 semanas de gestação, em qualquer situação, seja
considerado homicídio, inclusive no caso de gravidez resultante de estupro. Se
for aprovada, a pena passará a ser de seis a 20 anos para mulheres que fizerem
o procedimento.
A mobilização foi puxada por
entidades cearenses que integram a Frente Nacional Contra a Criminalização das
Mulheres e Pela Legalização do Aborto. Segundo a organização, uma média de mil
pessoas passaram pelo protesto ao longo da manhã.
Os deputados Larissa Gaspar
(PT) e Renato Roseno (Psol), além das co-vereadoras Adriana Geronimo (Psol) e
Louise Santana (Psol), da mandata coletivo Nossa Cara, e o vereador Gabriel
Aguiar (Psol) participaram do evento. Também esteve presente a ex-prefeita de
Fortaleza, Maria Luiza Fontenele.
Militante do RUA - Juventude
Anticapitalista, movimento que integra a Frente Nacional, a professora Jéssica
Rebouças explica que o ato em Fortaleza integra uma mobilização nacional, que
aconteceu em outras cidades como São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília.
"A gente tem, primeiro,
estado muito chocado com esse projeto de lei. "E estamos fazendo algumas
mobilizações. Ao longo da semana, a gente fez mobilizações principalmente nas
redes sociais", afirma.
Ela cita campanha no site
"Criança Não é Mãe", no qual as pessoas podem enviar e-mails para
todos os Líderes da Câmara dos Deputados, além do incentivo à participação na
enquete que está sendo realizada no site da Câmara Federal a respeito do PL
1904.
"Além das iniciativas que
a gente vem fazendo de mobilizar as pessoas via as redes sociais para votarem,
pra debater sobre o tema, a gente também começou a fazer alguns atos,
principalmente nas capitais, para mobilizar para além das redes", reforça.
Segundo Jéssica Rebouças, novas
manifestações ainda serão debatidas pelas entidades que formam a Frente
Nacional, mas existe uma previsão de ida à Assembleia Legislativa do Ceará para
conversar com os deputados estaduais sobre o tema, além da continuidade de
mobilizações nas redes sociais.
Com informações do Diário do
Nordeste.
0 Comentários