A urna eletrônica (que originalmente tinha o nome de coletor eletrônico de voto) foi implantada no Brasil em 1996. Na época, o argumento que levou à implantação de tal urna foi o combate às fraudes que ocorriam com os votos em papel.
São os últimos testes antes das eleições municipais, em 6 de outubro. Entenda as melhorias implementadas e a importância desses testes para a integridade eleitoral.
Urna Eletrônica | Crédito: Fernando Frazão/Agência Brasil
Nas eleições presidenciais de
2022, o funcionamento da urna eletrônica foi bastante questionada pelo então
ex-presidente Jair Bolsonaro e desde então vários testes foram realizados nos
equipamentos e até o momento nenhuma irregularidade foi encontrada.
Agora, investigadores da Polícia
Federal (PF) e da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) realizam,
nesta quarta-feira (15), os últimos testes de segurança na urna eletrônica
antes das eleições municipais deste ano, que estão marcadas para 6 de outubro,
com eventual segundo turno em 27 de outubro.
Até a próxima sexta-feira (17),
na sede do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), as equipes farão uma série de
testes de confirmação para verificar se falhas encontradas no ano passado foram
corrigidas.
O chamado Teste Público de
Segurança (TPS) faz parte de cada ciclo eleitoral. Em anos não eleitorais, é
aberto um edital para que qualquer interessado se inscreva a fim de examinar os
códigos-fonte e realizar ataques com o objetivo de encontrar vulnerabilidades
no sistema eletrônico de votação.
No atual ciclo eleitoral, o TPS
foi realizado entre 27 de novembro e 2 de dezembro do ano passado, quando 33
investigadores, incluindo seis investigadoras, executaram 35 planos de ataques
contra as urnas, após ter acesso ao código-fonte de todos os sistemas de
votação.
Na ocasião, uma comissão
avaliadora selecionou cinco inconsistências encontradas que deveriam ser
trabalhadas pelo TSE para serem examinadas novamente no teste iniciado agora.
Segundo o relatório do TPS, os
ataques realizados no ano passado não conseguiram fragilizar a integridade ou o
sigilo do voto, mas encontraram possíveis falhas, por exemplo, na inicialização
da urna, com a ocorrência de uma mensagem de erro não prevista.
Outra falha imprevista foi
encontrada pela PF no procedimento de carga da urna, quando são inseridas as
informações sobre os candidatos e o eleitorado, por exemplo. A equipe formada
por um professor e três alunos da UFMS encontrou ainda duas falhas envolvendo o
controle e privilégios de acesso de aplicações executadas na urna.
“As nossas equipes técnicas se
debruçaram sobre esses achados, melhoraram esses temas e aqui, neste teste de
confirmação, apresentamos os dois códigos-fonte, o que tínhamos antes e as
melhorias que foram feitas”, explicou o secretário de Tecnologia da Informação
do TSE, Julio Valente.
O diretor-geral do TSE, Rogério
Galloro, descreveu o TPS como “fundamental para o sistema eleitoral, pois
possibilita essa transparência e essa evolução constante”. Cada achado dos
investigadores “se transforma em evolução”, completou.
Durante o teste de confirmação,
serão executados os firmwares (programas de controle do hardware) e as mídias
dos modelos 2022 e 2020 da urna eletrônica.
Serão testados:
Gerenciador de dados,
aplicativos e interface com a urna eletrônica;
Software de carga;
Software de votação;
Sistema de apuração;
Kit JE-connect; entre outros.
Também participam dos testes de
confirmação sete pesquisadores do Laboratório de Arquitetura e Redes de
Computadores (Larc) da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo
(Poli-USP). “Os acadêmicos darão suporte às investigadoras e aos investigadores
durante a execução dos planos de reteste”, informou o TSE.
Autor: Ag. Brasil
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