Professores das universidades
federais do Ceará rejeitaram ontem (25/04) a proposta salarial que havia sido
apresentada pelo Governo Federal na última semana. Com a recusa, os
trabalhadores, que buscam reestruturação de carreiras e recomposição de
salário, seguem em greve.
Movimento paredista foi
deflagrado pela Universidade Federal do Ceará (UFC), Universidade Federal do
Cariri (UFCA) e a Universidade da Integração Internacional da Lusofonia
Afro-Brasileira (Unilab).
Os técnico-administrativos
deflagraram greve ainda em março, já os docentes decidiram pela paralisação em
abril. De acordo com o Sindicato dos Docentes das Universidades Federais do
Estado do Ceará (Adufc), uma assembleia geral ocorreu hoje nos jardins da
reitoria da UFC e em alguns campi do interior, para decidir acerca da proposta
salarial que o Governo Federal havia feito no dia 19 deste mês.
Conforme Adufc, o poder
executivo sinalizou "a permanência de 0% de reajuste em 2024", mas
ofereceu 9% em 2025 e 3,5% em 2026", sendo que a proposta anterior era de
"4,5% em cada um desses anos".
“Essa proposta avança, mas
ainda deixa muito a desejar, porque continua sem nenhum reajuste em 2024,
melhora em 2025, mas reduz em 2026”, disse a professora Irenísia Oliveira,
presidenta do sindicato.
Em relação a reestruturação da
carreira docente, que é uma das demandas apresentadas pelos trabalhadores, a
entidade educacional sinalizou que a proposta do Governo Federal "prioriza
os níveis mais avançados" e mostrou preocupação pelo fato de que "os
níveis mais penalizados são os iniciais”.
Durante assembleia, por meio de
votação os trabalhadores optaram em não aceitar a negociata proposta pela
entidade e, dessa maneira, seguir em greve. Decisão foi unânime e contou com
240 votos.
Resultado será encaminhado ao
Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (ANDES),
"que enviará uma resposta oficial ao Palácio do Planalto até esta
sexta-feira, 26.
Em reunião também ficou aprovado
um bloco de encaminhamentos, que conta com uma "mobilização conjunta para
o ato do 1º de Maio; realização de aulas públicas; fortalecimento da divulgação
das pautas locais; panfletaços e discussão de espaços críticos de construção
coletiva", entre outras ações.
Governo vai reajustar em 52%
auxílio-alimentação de servidores federais.
O governo federal fechou ontem
um acordo com entidades representativas dos servidores públicos federais para
reajustar em 52% o auxílio-alimentação a partir de maio de 2024, com pagamento
em 1º de junho. Com a medida, o benefício passará de R$ 658 para R$ 1 mil.
As negociações foram conduzidas
pelo Ministério da Gestão e Inovação (MGI). De acordo com a nota divulgada à
imprensa, já no ano passado, os servidores tiveram um aumento salarial linear
de 9% e uma elevação de 43,6% no auxílio-alimentação (que era R$ 458 e foi para
R$ 658).
No acordo, também ficou
decidido que haverá um aumento no auxílio-saúde, denominado de assistência à
saúde complementar per capita média. O valor do benefício, hoje de R$ 144,38,
passará para cerca de R$ 215. Também haverá um acréscimo no auxílio-creche, que
é de R$ 321 e vai para R$ 484,90.
De acordo com o MGI, somente o
aumento do auxílio-alimentação traz um ganho de renda acima de 4,5% para mais
de 200 mil servidores ativos - aqueles que ganham até R$ 9 mil mensais. Já aos
servidores com as menores remunerações e que recebem, simultaneamente, os três
benefícios (alimentação, saúde e creche), o aumento na remuneração total
chegará a 23%.
A pasta diz ainda que, além dos
reajustes nos benefícios, o governo também se comprometeu a implantar até julho
todas as mesas específicas de carreiras que ainda não foram abertas.
Atualmente, são 18 mesas abertas, sendo que 10 já chegaram a acordos.
O secretário de Relações do
Trabalho do MGI, José Lopez Feijóo, disse que a proposta do governo aprovada
ontem atua contra as disparidades existentes no serviço público federal.
"Apesar das restrições orçamentárias existentes, a ministra Esther Dweck
fez um esforço bastante grande para conseguir um espaço financeiro que
permitisse elaborar esta proposta."
Com informações portal O Povo +
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