O parecer do Ministério Público Federal junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pela cassação dos mandatos dos deputados estaduais Carmelo Neto e pastor Alcides e das deputadas estaduais Dra. Silvana e Marta Gonçalves cai como bomba no PL do Ceará.
O parecer do Ministério Público
Eleitoral, apresentado por meio da Procuradoria Geral da República, mantém a
decisão do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) que cassou os mandatos dos quatro
parlamentares por fraude à quota de gênero.
Caberá ao TSE acatar ou não a
recomendação do Ministério Público Federal. Até o julgamento final, Carmelo,
Alcides, Silvana e Marta, que acompanham com apreensão os desdobramentos da
ação em Brasília, continuam no exercício do mandato.
CANDIDATURAS FICTÍCIAS
De acordo com as investigações
do Ministério Público Eleitoral do Ceará, o PL usou candidaturas femininas
fictícias (laranjas) para cumprir a legislação, que impõe o preenchimento da
chapa ao Legislativo com 30% de mulheres. O descumprimento da norma ou o
lançamento de candidaturas femininas apenas para atender à exigência da lei
pode caracterizar fraude, com punição e perda de mandatos.
A candidata se configura como
‘laranja’ quando, mesmo recebendo verbas do Fundo Eleitoral, não faz campanha,
não tem gastos com material de propaganda, nem recebe um número mínimo de
votos.
A nova etapa desse processo,
marcada pela apresentação do parecer do Ministério Público Federal, leva ainda
mais angústia a Carmelo, Alcides, Silvana e Marta porque o TSE tem um histórico
de manter todas as decisões dos Tribunais Regionais Eleitorais para punir, com
cassação de mandatos, parlamentares eleitos em chapas com irregularidades nas
candidaturas de mulheres.
PUNIÇÃO MAIS AMPLA
O andamento do processo de
cassação dos mandatos no TSE respinga, também, no ex-presidente regional do PL,
Acilon Gonçalves, que, nas eleições de 2022, comandou a montagem da chapa do
partido à Assembleia Legislativa.
O TRE do Ceará isentou Acilon
da responsabilidade por eventuais fraudes na chapa feminina do PL. O
Vice-procurador Geral da República, Alexandre Espinosa Bravo Barbosa, fez outra
interpretação e acatou parcialmente o pedido para o então presidente estadual
do PL, prefeito Acilon Gonçalves, se tornar inelegível.
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