A 40 dias do fim de quadra chuvosa, o Ceará atingiu, nesta quinta-feira, 11, 50% da capacidade de reserva hídrica, com um valor que ultrapassa 9.257 hectômetros cúbicos (hm³). Os dados são do Portal Hidrológico da Companhia de Gestão de Recursos Hídricos (Cogerh), que monitora 157 açudes públicos do Estado.
Açude Araras em Varjota é o maior açude que está sangrando atualmente no Ceará (Foto: Manuel Augusto)
O ano passado foi o primeiro
desde 2012 — ano de início da mais longa estiagem já registrada no Ceará — em
que os reservatórios chegaram a metade da capacidade média. Em 2022, o Estado
abriu a quadra chuvosa, em 1º de fevereiro, com os açudes em 31% e encerrou, em
31 de maio, em 51%.
Já em 1º de fevereiro deste ano,
os reservatórios estavam com 37,1% na abertura do período que concentra mais
chuvas no Estado. A esta altura do ano em 2023, o volume dos açudes era de
47,1% da capacidade total.
Após a sangria dos açudes
Malcozinhado (Cascavel) e Pesqueiro (Capistrano), da bacia Metropolitana, e Do
Coronel (Antonina do Norte), o Ceará atingiu a marca de 56 açudes sangrando.
Desde o início deste mês, 22
novos açudes sangraram no Estado. Apenas na semana entre os dias 4 e 11 de
abril, 16 reservatórios atingiram 100% da capacidade e verteram no Ceará.
Além dos açudes em sangria, 14
estão com capacidade acima de 90% e 29 com volume inferior a 30% — entre eles o
Castanhão (Alto Santo / Jaguaribara), que, com potencial de armazenar 6.700 hm³
de água, é o maior reservatório hídrico da América Latina.
Entre as regiões hidrográficas, a
Litorânea está com todos os açudes sangrando. As bacias de Coreaú (99,01%) e
Acaraú (95,57%) aparecem em seguida com os maiores percentuais de água
acumulada. Com as cheias do Malcozinhado e Pesqueiro, a Metropolitana chegou a
74,93% de volume.
Porém, a região de Sertões de
Crateús (22,30%) segue em alerta com um volume abaixo de 30% da capacidade. A
maior região hidrográfica do Estado, Médio Jaguaribe, conta com 30,63%.
Em relação aos três maiores
açudes do Ceará, o boletim mostra que o Castanhão, maior reservatório do
Brasil, está com 29,81%, Banabuiú tem 39,14% e Orós está em 59,67%. Nessa
quarta-feira, 10, o açude Araras, o quarto maior do Estado, sangrou e alcançou a
capacidade máxima de 859 hectômetros cúbicos (hm³).
Com os cerca de 11 milímetros de
chuva ontem, o Ceará chegou a 100,4 mm de registro pluviométrico em abril,
segundo dados preliminares da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos
Hídricos (Funceme). O esperado para a totalidade do mês é de 190,7 mm. Tanto
fevereiro, quanto março tiveram média alta de precipitação no Ceará. Com isso,
já choveu 564,3 mm no primeiro trimestre de quadra chuvosa, resultado 8,9%
superior à média história para o somatórios dos três meses.
Para este fim de semana, a
previsão de tempo da Funceme é de poucas nuvens e chuva isolada em todas as
macrorregiões.
Segundo a Fundação, a
precipitação no Estado é resultado das áreas de instabilidade provenientes do
Oceano Atlântico e do leste do Nordeste do Brasil, proximidade da Zona de
Convergência Intertropical (ZCIT), bem como dos efeitos da brisa e da
combinação de temperatura, umidade e relevo.
As temperaturas devem atingir o
índice máximo na região do Vale do Jaguaribe, com até 34 °C, e variar entre 30
°C e 32 °C nas demais regiões, de acordo com a Funceme.
Volume atual das 12 regiões
hidrográficas do Ceará:
Acaraú - 95,57%
Alto Jaguaribe - 57,05%
Baixo Jaguaribe - 88,74%
Banabuiú - 40,87%
Coreaú - 99,01%
Curu - 59,15%
Litoral - 100%
Médio Jaguaribe - 30,63%
Metropolitana - 74,93%
Salgado - 66,91%
Serra da Ibiapaba - 68,97%
Sertões de Crateús - 22,30%
Total - 50% (9.257 hm³ de
18.513,3 hm³)
Fonte: Funceme-Com informações
portal O Povo +
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