A última vez que alguns açudes atingiram a capacidade máxima de acúmulo de água em diferentes cidades do interior do Ceará, parte da população que hoje é adolescente sequer tinha nascido. Em 2024, com um volume expressivo de chuvas, reservatórios que estavam há mais de uma década sem sangrar, voltaram a verter. Até o momento, 64 açudes já sangraram no Ceará esse ano, e desses, 7 voltaram atingir 100% do volume após 15 anos, outros 2 verteram novamente depois de 13 anos.
Em diferentes municípios a
sangria dos açudes é celebrada pela população e pelo poder público, inclusive
fazendo dos reservatórios pontos atrativos para apreciação e lazer. Do ponto de
vista prático, o momento é sinônimo de acúmulo de água em reservatórios que
garantem abastecimento das sedes das cidades, de distritos e até de regiões
vizinhas e água corrente nos rios intermitentes.
Nos municípios de Morada Nova,
Catunda, Irauçuba, Umirim, Caridade, Tejuçuoca e Iracema a capacidade máxima de
alguns reservatórios foi atingida 15 anos após a última sangria, conforme dados
do Portal Hidrológico do Governo do Estado.
Em todos esses municípios, a
última vez que alguns açudes verteram foi em 2009 quando o período ficou
marcado no Ceará como o “ano da grande enchente”. Na época, a quadra chuvosa
ficou 59% acima da média histórica no Estado, sendo a mais expressiva desde
1985.
No atual cenário, os 157 açudes
monitorados pela Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh) atingiram
um volume acumulado de 51,7% até o momento. Isso faz com que a situação
relativa à capacidade seja considerada confortável, que é quando o índice está
entre 50% e 70%.
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