Cercada pelas denúncias de má prestação de serviço, alvo dos órgãos de defesa do consumidor e, sob pressão dos clientes residenciais e industriais em função da constante falta de energia, a Enel anunciou investimentos da ordem de US$ 3,6 bi ( R$ 18 bilhões) na manutenção da rede das distribuidoras nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Ceará.
A revelação sobre o plano de
investimentos de 2024 a 2026 é do novo presidente da Enel Brasil, Antônio
Scala, em entrevista, publicada, nesta terça-feira (5), pelo Jornal Valor
Econômico.
Scala se pronunciou, pela
primeira vez, sobre os apagões, principalmente, em São Paulo, onde mais de 2
milhões de consumidores ficaram, por vários dias, sem energia elétrica.
A concessionária atribuiu os
apagões a intensas chuvas, provocando a queda de árvores sobre a rede. No Ceará
e, no Rio de Janeiro, os consumidores convivem diariamente com a oscilação da
rede e a falta de energia.
O baixo número de trabalhadores
é um dos motivos para a demora no atendimento e restabelecimento dos serviços.
Tanto na Grande Fortaleza quanto no Interior do Estado, a falta de energia é
frequente. A Enel enfrenta centenas de queixas nos órgãos de defesa do
consumidor e uma CPI na Assembleia Legislativa.
FATIA DE INVESTIMENTOS
Segundo o presidente da Enel,
80% dos investimentos serão destinados ao aprimoramento da infraestrutura de
distribuição de energia nas concessões de São Paulo, Rio de Janeiro e Ceará.
Antes dos apagões, a fatia para manutenção da rede elétrica era de 53%.
A Enel recebeu multa de R$ 165
milhões da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e é cobrada pelo
Ministério de Minas e Energia e pelo Tribunal de Contas da União (TCU) a
melhorar a qualidade da prestação de serviços.
A reportagem do Jornal Valor Econômico
destaca que a redução de 36% no quadro de funcionários associada ao aumento da
base de clientes levou a questionamentos sobre a capacidade da empresa de
responder às situações de emergência. A empresa nega que exista relação entre
demissões e apagão.
A instabilidade da corrente
elétrica, com a falta de energia, provocou colapso no call center que atende os
clientes de São Paulo, Rio de Janeiro e Ceará. O telefone de atendimento, por
exemplo, para os consumidores cearenses, é feito por meio de um telefone com
prefixo 021, do Rio de Janeiro.
Ceará Agora.
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