A Polícia Federal vai incluir o discurso de ontem do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), em ato na avenida Paulista, em São Paulo, na investigação que apura a tentativa de golpe de Estado. A informação foi publicada pela colunista Malu Gaspar, do jornal O Globo, e confirmada pelo UOL com fontes do inquérito.
Segundo integrantes da PF, a
fala reforçou a linha de investigação de que houve uma trama de tentativa de
golpe de Estado.
Bolsonaro citou em sua fala o
que ficou conhecido como "minuta do golpe". O documento foi
encontrado na casa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres em janeiro de
2023.
"O que é golpe? É tanque
na rua, é arma, conspiração. Nada disso foi feito no Brasil", disse
Bolsonaro no ato.
Ex-presidente negou que a
"minuta do golpe" representasse um plano antidemocrático. "Por
que continuam me acusando de golpe? Porque agora tem uma minuta de um decreto
de estado de defesa. Golpe usando a Constituição? Tenham santa paciência.
Estado de sítio começa com o presidente da República convocando os conselhos da
República e da Defesa. Apesar de não ser golpe estado de sítio, não foi
convocado ninguém dos conselhos."
Bolsonaro também pediu anistia
a envolvidos no 8/1. "Nós já anistiamos no passado quem fez barbaridade no
Brasil. Pedimos um projeto de anistia para que seja feita justiça no Brasil.
Quem porventura depredou, que pague, mas essas penas fogem ao mínimo da
razoabilidade."
Sem citar nomes, Bolsonaro
disse ser vítima de "perseguição" e afirmou não poder falar o que
gostaria. O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo, não foi citado pelo
ex-presidente —os ataques ficaram a cargo do pastor Silas Malafaia, que
discursou antes de Bolsonaro. Moraes concentra os inquéritos sobre os atos
antidemocráticos, incluindo o 8 de Janeiro.
'Bolsonaro queria dar um
golpe'. Escuto isso desde que assumi. Golpe é sangue na rua, é arma, é
conspiração. É trazer classes políticas para o seu lado, classes empresariais.
Isso que é golpe. Nada disso foi feito.
Uol
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