O risco de morte de pessoas infectadas pelo vírus chikungunya, também transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, persiste por até três meses após o início dos sintomas da doença, que tem a sua fase aguda nos primeiros 14 dias.
Estudo revela que o risco de morte de uma pessoa com Chikungunya persiste por três meses.
Mosquito transmissor da Chikungunya | ( Reprodução )
Os resultados são de um estudo da
Fiocruz Bahia, publicado na revista The Lancet Infectious Disease, que
investigou a mortalidade de pessoas infectadas por chikungunya durante dois
anos após os primeiros sintomas da doença.
O trabalhou avaliou 143.787 casos
de infecções por chikungunya, no período entre 2015 e 2018, e comparou o risco
de morte dos infectados com pessoas que não tiveram a doença, tanto por causa
natural quanto relacionado a outras doenças, como as cardiovasculares.
Estudos anteriores já tinham
apontado maiores chances de complicações após a doença, mas é a primeira que o
risco de morte entre pessoas expostas ou não ao vírus é demonstrado.
Além da dengue, o Brasil enfrenta
um aumento de casos de chikungunya. Nas seis primeiras semanas do ano, foram
30.801 casos prováveis, mais de 4.000 acima do mesmo período de 2023. Há quatro
mortes confirmadas e 31 em investigação.
Os principais sintomas da
infecção são edema e dor articular incapacitante. Ela também pode causar
complicações neurológicas, como encefalite, mielite, síndrome de
Guillain-Barré, paralisias e neuropatias. De acordo com o estudo da Fiocruz
Bahia, entre o 1º e o 7º dia do início da infecção, as pessoas com chikungunya
tiveram um risco 8,4 vezes maior de morte em relação às pessoas não infectadas.
Entre 57 e 84 dias, o risco diminuiu para 2,26 vezes maior. Depois disso, não
houve diferença significativa.
Segundo os pesquisadores, em um
cenário com 100 mil pessoas doentes por chikungunya, é esperado cerca de 170
mortes a mais nos primeiros 84 dias do que em um contexto sem a doença.
Foi observada também maior
mortalidade associada com diabetes e doença cardíaca isquêmica até os primeiros
28 dias após o início dos sintomas. O número permaneceu elevado até 84 dias
para doença cardíaca isquêmica e até 168 dias para diabetes.
Autor:( Folhapress )
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