No Brasil, o câncer de pênis é mais comum nas regiões Norte e Nordeste, representando 2% de todos os tipos de câncer que atingem os homens, segundo dados do Ministério da Saúde. O diagnóstico precoce é fundamental para evitar a evolução do tumor e a posterior amputação total do pênis, que traz consequências físicas, sexuais e psicológicas ao homem. Geralmente esse tipo de câncer acomete idosos com mais de 60 anos, mas os jovens não são descartados, especialmente, os homens fumantes e que façam a má higiene da região íntima.
Os dados abrangem o período de 2013 a 2022. A maioria dos casos atingem homens com mais de 60 anos e os que não praticam uma boa higiene na região íntima.
A doença começa com uma pequena ferida que não cicatriza na região genital masculina. | Foto: Centro Brasileiro de Urologia.
Entre 2013 e 2022, 19,9 mil
homens tiveram o diagnóstico positivo para neoplasia maligna de pênis no país.
Desse total, 5,6 mil tiveram o órgão amputado por causa de complicações da
doença.
“Câncer de pênis existe e, quando
a gente fala de câncer de pênis, muitas vezes surpreende: ‘nossa, eu não sabia
que essa doença existia.’ Ela existe, infelizmente o tratamento é uma
mutilação, ou seja, a perda parcial ou total do pênis, a depender do grau dessa
doença”, diz o presidente da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), Eduardo
Pimentel.
“Nós somos o terceiro lugar
mundial, segundo uma pesquisa de 2017, em diagnósticos de câncer de pênis. E
também estamos em terceiro lugar em número total de mortes por câncer de pênis
em 2022”, alerta Pimentel.
A doença começa com uma pequena
ferida que não cicatriza, uma secreção com odor forte ou com a pele da glande
mudando de cor ou ficando mais grossa. Por isso, o diagnóstico rápido é
fundamental.
“Nós temos um medo muito grande
de qualquer doença que impacta a sexualidade e, é claro, se eu tenho uma doença
no pênis, e o tratamento muitas vezes é de extração parcial, às vezes, total do
pênis, isso assusta muito. A gente sempre diz em medicina que é muito mais
fácil tratar uma doença no início do que quando ela está muito avançada”,
destaca o presidente da SBU.
Embora seja um tipo de câncer
raro, o Sistema Único de Saúde (SUS) registrou nos últimos anos um aumento de
cirurgias que, em geral, são o primeiro passo para a remoção da lesão no pênis.
Também cresceu o número de
quimioterapias e de radioterapias, tratamentos indicados para quando o câncer
de pênis volta ou em casos que não são considerados cirúrgicos. A maior
incidência é em homens a partir dos 50 anos, mas pode atingir também os mais jovens.
“Todo pai e mãe de um garoto
devem ensiná-lo a higienizar o pênis desde criança. Eu sou pai de um garoto de
8 anos de idade. Então desde cedo eu explico, e a gente tem que falar numa
linguagem simples, ou seja, puxar a pele do pênis para trás, expor a glande e
lavar com água e sabão todo santo dia durante o banho. Um adulto teve uma
relação sexual, higienize o pênis, e vale para masturbação”, orienta.
Autor:Marli Portilho-DOL/ Informações
Ag. BRASIL
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